terça-feira, 28 de outubro de 2008

DITADURA DOS ORIENTADORES?

Os comentários da Arnes sugerem-nos algumas reflexões que vamos procurar levar a cabo.
Talvez algumas das questões não sejam as mais urgentes para serem discutidas, mas não queremos deixar passar esta oportunidade, um pouco ao correr da pena e por isso carecendo, em certos aspectos, talvez da necessária coerência.

PARTE I

O Policiário enquanto espaço lúdico, na sua vertente competitiva tem, desde sempre, algumas especificidades estruturais, que o tornam um pouco diferente de todos os outros desportos intelectuais.
No Xadrez, nas Cruzadas, nas Charadas, etc., há sempre uma componente mensurável, regras matemáticas para avaliação dos desempenhos. Em todos estes desportos há uma intervenção única e absoluta dos participantes, sem necessidade de regulação. Em cada jogo, em cada desafio, há um acertar ou um errar, há um tudo ou um nada; há um branco ou um preto e essa característica elimina a conflitualidade.
Pode pôr-se em causa se uma charada só tem aquela solução, se umas Cruzadas só admitem uma palavra, etc., mas a discussão nunca ultrapassa esse âmbito restrito e localizado, quase sempre resolúvel pela intervenção de documentos escritos (dicionários) aceites por todos, não dependendo, assim, de uma interpretação pessoal, sempre arbitrária.
Ora, uma das riquezas do Policiário reside precisamente aí. E aí reside, também, um dos seus pontos mais frágeis.
Falamos da dependência do subjectivo das avaliações efectuadas pelos orientadores dos espaços, factor responsável pela quase totalidade dos conflitos existentes.
Um produtor elabora o seu desafio. Este é lido e interpretado pelo orientador, que define o critério de avaliação e o aplica, prova a prova, sem necessariamente ser igual em todas. Depois, cada decifrador encontra o seu caminho, define as suas prioridades, cria a sua própria avaliação, na maior parte das vezes diversa da do orientador, desenvolve as suas expectativas, que o orientador pode vir a frustrar, bem ou mal.
E o choque pode acontecer.
A fragilidade maior é, pois, a excessiva dependência de uma só cabeça (do orientador), na definição das classificações.
Temos, pois, uma riqueza que é a nossa diversidade, a variedade de temas e de abordagens, quase até ao infinito, mas temos como contrapartida um poder excessivo de uma só pessoa na análise das situações.

PARTE II

Ao longo dos tempos foram procuradas soluções para estas questões: Júris de selecção das provas; júris de definição de critérios; obrigatoriedade de serem os autores a definir como querem que os seus desafios sejam classificados; indicação nas soluções dos pontos que cada pormenor ou situação vale; etc.
De uma forma ou de outra, todas as tentativas produziram algum efeito, mas mantiveram a sua subjectividade. Não é por um autor definir o seu critério que ele passará a ser mais justo; muito menos se não houver um elemento que concilie e dê uma unidade ao conjunto dos problemas que fazem um qualquer torneio.
Não nos chega que os concorrentes diagnostiquem as dificuldades, precisamos, isso sim, de propostas para as solucionar. E, com toda a franqueza, ainda as não encontrámos.
Júri para seleccionar as provas e definir critérios de classificação?
As experiências do passado não resultaram e não foi por os seus membros não terem qualidade ou sensibilidade. Outros factores relacionados com o trabalho de equipa emperraram sistematicamente o sistema, tornaram-no ingovernável e após algumas tentativas estavam apenas um ou dois dos membros em actividade, acabando por ser o orientador a terminar o trabalho sob pena de nem haver torneios. Também o alargamento do número de pessoas com conhecimento da totalidade das provas levantou sistematicamente suspeitas – acreditamos que infundadas, mas sempre suspeitas! – de haver fugas de informação.
Quanto à definição pelo próprio autor dos critérios, a falta de coerência será, sempre, uma realidade. Cada autor define as suas prioridades, pode valorizar factores menos certeiros, criar conflitos extra, em cada prova e, pior que isso, encontrar vencedores artificiais, com base em pormenores duvidosos.
Pergunta-se, neste caso, se a intervenção do orientador seria legítima ou viável, para repor alguma unidade de procedimentos? Não seria uma ingerência nos critérios do autor?

PARTE III

Chegamos às situações colocadas no blogue.
Numa primeira fase a ARNES, levanta a questão de um maior rigor do orientador da secção na avaliação dos seus próprios desafios, em detrimento da que faz nos dos outros.
É pertinente essa questão.
Um autor sabe o que quer fazer com o seu problema e o que quer que os outros façam com ele. Tudo bem.
Mas a questão colocada é derivada mais das hecatombes classificativas, que a ARNES refere que seriam semelhantes se os outros problemas fossem avaliados com o mesmo rigor.
Para nós, a questão é simples: Cada problema é um problema.
A maioria dos desafios publicados ultimamente são dos chamados de "caça aos erros", em que os seus autores espalham pelo texto muitos erros e pretendem que estes sejam penalizados. Ora, o nosso critério de classificação varia entre os 7 e os 10 pontos, ou seja, há apenas um desnível de 4 pontos entre quem marca presença e diz alguma coisa, mesmo que totalmente errada e aquele que responde cabalmente a tudo. Nessa conformidade, como classificar 9 ou 10 pormenores de erros? Com o rigor de 1 pontos por cada é impossível; pelo seu agrupamento pode ser penalizador para alguns; depois há os pormenores que verdadeiramente o não são, mas que os autores pretendem que sejam; também há os que são, mas não estão devidamente enquadrados no texto, para que os decifradores lá cheguem; e qual a margem que podemos conceder pelo seu (do pormenor) enquadramento na solução mais vasta, porque uma solução não pode ser apenas o mencionar de 10 erros, sem mais?
Um problema de índole absolutamente dedutível, tem que ser avaliado com muito mais rigor porque o que está em causa não é o esquecimento de um pormenor, mas sim a decisão de todo um raciocínio! O falhanço de uma análise pode conduzir ao erro completo das conclusões e isso tem que ser penalizado fortemente, porque se isso se passasse na vida real, um detective investigava mal, acusava pior, atirava uma pessoa para uma prisão, indevidamente!
Num problema de erros, o decifrador pode chegar ao criminoso apontando 9 ou 10 factos que o incriminam, dos quais 5 não são apontados pelo autor, mas esquece 2 ou 3 que o autor lá coloca.
Como devemos classificá-lo?
Atribuímos-lhe os 7 pontos, sem mais? Vamos dar-lhe os 10 pontos porque ainda foi além do autor em 2 ou 3 pormenores?

PARTE IV

Em resumo, na questão dos problemas e da sua gestão, o sistema ideal ainda não chegou, como em quase tudo na nossa vida. O ideal, ideal, seria que os problemas fossem analisados por peritos de mérito reconhecido, que testassem completamente todos os pormenores e situações e avaliassem concretamente o peso de cada indício, elaborando uma tabela para classificação. Claro que seria aleatória, subjectiva, mas era a que serviria para todo o torneio.
Essa comissão de peritos, apontaria erros e recomendaria aos autores alterações aos problemas e /ou às soluções, para que nada escapasse.
Depois, perante a selecção efectuada, seriam publicados. Mais tarde, seriam avaliadas as propostas de solução segundo o critério definido para cada caso.
Não existindo nenhum destes órgãos periciais, será o orientador que continuará a definir as provas, enquadrar os pormenores que merecerão ser penalizados e a aplicar as grelhas que ele mesmo define para que ninguém saia prejudicado, assumindo claramente que é muito mais rigoroso nas questões de raciocínio e de análise do que no acertar de 10 ou 12 falhas que haja no texto do problema.

14 comentários:

Anónimo disse...

Estou a gostar, parabéns.
Vou ser cliente.

Sossavart

Anónimo disse...

Caro Luís Pessoa:
Entendamo-nos.
1) Foi a vizinha que afirmou que ninguém podia entrar ou sair daquela casa (a do Sr. Morais) sem que ela notasse, isto para um período que ia desde a saída do filho, de manhã, até cerca das 20h00. No enunciado não foi confirmada a veracidade deste depoimento. Isto bastava para que ele não pudesse ser utilizado, na solução, da forma taxativa como o foi. Creio não haver aqui dúvidas.
Acresce que é inverosímil que alguém, postado numa janela de uma habitação de um bairro social, possa ver, em simultâneo, todos os lados de uma vivenda vizinha e aguente fazê-lo, sem sair do seu posto, por mais de dez horas.
Ora o meu amigo limitou-se a dizer ser abusivo eu falar da inverosimilhança e nada disse sobre o facto de não se poder tomar como indiscutível a afirmação da vizinha. O certo é que na solução a afirmação foi considerada indiscutível, quando o não podia ser, e nem se quis atender ao carácter incrível da tarefa que a vizinha disse ter cumprido.
2) Quanto à declaração do Sr. Januário, mantenho que não lhe pode ser atribuída falha. Não lhe cabia explicar por que é que a campainha não funcionava. Ele limitou-se a dizer que foi bater à porta porque constatou que a campainha não trabalhava. Ao investigador é que cabia procurar descobrir alguma brecha para testar a veracidade do depoimento, nomeadamente fazendo perguntas adicionais ao Sr. Januário. Ora, não há no enunciado sinais explícitos nem implícitos dessas perguntas. Portanto, os considerandos colocados na solução respeitam a questões que o investigador poria e que não sabemos se pôs ou não pôs, ou seja, respeitam, quando muito, a omissões na parte da investigação que nos foi dada conhecer e não a falhas do Sr. Januário.
Não trataria hoje de qualquer outro ponto.
Desejo no entanto dizer ao nosso confrade Deco que lhe reconheço todo o direito de não gostar da maneira como me expresso e de discordar do que digo, mas deverá apresentar argumentos e não aquilo que, peço-lhe desculpa se exagero, me pareceram ser meras e desagradáveis insinuações.
Nove

Anónimo disse...

Muito se tem discutido no sentido de melhorar a forma de pontuar os problemas policiais. Todo o esforço é meritório.A obtenção de bons resultados é que não sido notória. Acontece que da minha experiência concluo que sempre os concorrentes fizeram melhores soluções do que os produtores de problemas.
Acho que isso é normal. É até natural que assim seja. O solucionista estuda de forma concentrada e
objectiva para chegar a uma solução o mais completa possível. O produtor preocupa-se mais em “esconder” no texto os caminhos da solução. A sua solução limita-se muitas vezes a expor o que no problema escondeu e em regra não vê o caso de tantos lados quanto o solucionista. E daqui não vem mal ao mundo!
Tenho para mim que o que o solucionista deve fazer é responder ao que lhe é perguntado. Num caso de crime, apontar o criminoso e argumentar de forma a incriminá-lo. Se o caso tiver mais pessoal para além do criminoso, a ilibação destes já nos parece como tema não obrigatório, desde que se explique como o caso se passou.
O quem? O porquê? O como?
Agora se uma solução deve ou não ser uma pesquisa exaustiva de tudo o que o problema comporta, a coisa já é mais subjectiva. Pode levar a soluções que mais parecem romances policiais…
O poder de síntese deve ser um factor de valorização? Ou, ao contrário, o esmiuçar de toda a trama nos mais recônditos detalhes vale mais?
Sou do tempo em que se pedia no Público a resposta obrigatória em simples postal dos CTT.
Esse método é dispensável? Não, era até o único método aceite, quem enviasse carta era excluído!.
Os critérios de valorização podem e devem ser indicados no Regulamento do Concurso.
O método usado na pontuação ele é também discutível e tem variado ao longo dos tempos. É preferíel um processo que evite chegar ao fim do campeonato com muitos totalistas? Acho que sim. Tal é possível alargando o leque dos pontos. Se uma solução totalista obtiver 20 pontos em vez dez 10 é mais fácil atingir aquele desiderato. Perder um ponto em 20 não é o mesmo que perder um em 10. Pelo menos aparentemente dá ao concorrente uma maior possibilidade de recuperação
Os problemas policiais acabam de ter muitas semelhanças com os desafios de futebol.
Há um árbitro que às vezes erra a decisão. Há os espectadores que – conforme o ângulo de visão – assim acham uma coisa ou o seu contrário.
Esse é o lado bom de ambos os desportos. Deixam sempre a possibilidade de visões diferentes e às vezes contraditórias. Só nas ciências exactas dois e dois são quatro. Ou serão vinte e dois?

A raposo& Lena

Anónimo disse...

Acho que a classificação está bem assim. Talvez eu pusesse só de 1 a 5 em vez de 7 a 10.
Se fosse até 20, não sei como seria nos problemas de pormenor único. Quem acertava tinha 20, quem errava tinha 0. Recuperar 1 ponto assim ou 1 ponto de outra forma qualquer é sempre difícil quando todos sabemos que há grupos a concorrer, alguns com dezenas de pessoas, que trocam soluções e pormenores a torto e a direito. Basta que um deles veja um certo pormeor que ia passar aos outros para todos acertarem logo. Nunca mais haverá um vencedor "honesto", daqueles que ande sózinho e descubra sózinho a solução. Olhem para as classificações dos últimos anos e estão lá sempre os mesmos. A internet ainda veio facilitar mais essas trocas e baldrocas. É a fruta da época. Como eu ando por cá para medir as minhas capacidades que não são muitas, fico todo satisfeito quando consigo andar pela frente.
Gosto deste blog e vou aparecer de vez em quando.
Obrigado

Cisco Kid - Palmela

Anónimo disse...

PONTO PRÉVIO.

Neste ponto prévio, pretendo deixar claro que esta minha explanação de algumas ideias se irá dividir em dois pontos principais, relacionados com os últimos “posts” disponíveis no blogue Crime Público. E, para que cada coisa fique no seu devido lugar, a primeira parte é colocada em “Solução da Prova nº 8” e a segunda em “Ditadura dos Orientadores?”. Posto isto, vamos ao que interessa:

PARTE I

(ver comentário no “post” “Solução da Prova nº 8”)

PARTE II

Estamos numa época em que se fala de questões ditas fracturantes. Bom, talvez também seja este o caso que irei apresentar.
Mas, antes disso, não me parece que se justifique, como já foi sugerido, fazer crescer a escala de valorização das soluções, substituindo os actuais 10 pontos por 20 pontos. Embora considere que é extremamente redutora a opção do Orientador em classificar as soluções entre 7 e 10. Podendo não se considerar desejável aumentar a gama de pontos para um intervalo à Sete de Espadas, entre 3 e 10 (era assim no Mistério… Policiário), parece-me que a presença deveria ser cotada com um máximo de 5 pontos, sendo os restantes 5 para atribuir de acordo com um critério de valorização estabelecido.
Mas esta não é uma questão fracturante. A questão fracturante é separar o Autor do Decifrador. O Autor produz e aponta a solução. O Decifrador analisa a produção e propõe uma solução.
E quando o Autor é Decifrador?
É exactamente esta a questão! O Autor, enquanto Decifrador, não deve ser privilegiado. Há apenas um privilégio inato: conhecer a solução. E não A solução!
Quando se apresenta como decifrador, o Autor também estará a disputar os 10 pontos.
Claro que a solução (eventualmente) óptima seria existir um grupo de policiaristas que analisaria cuidadosamente o problema e decidiria o critério classificativo. Obviamente que, como bem sabemos, esta solução não é exequível. Além de não garantir que a solução encontrar seja “à prova de bala” pois, mesmo assim, os decifradores poderiam ser capazes de ir mais longe.
A solução para este problema é bem mais simples. E, pelo que já percebi, em conversa com o Orientador, já está, melhor ou pior, a ser praticada. Só o Orientador poderá, de forma objectiva, após a leitura das propostas de solução (ou de um grupo de soluções), incluindo a do Autor, ser capaz de identificar os aspectos que devem ser pontuados. E aplicar este critério valorativo a todas as soluções apresentadas, incluindo a do Autor.
Lembrem-se, por exemplo, que numa prova como a Taça de Portugal, num confronto entre o Autor e outro decifrador, o primeiro, se quiser ser apurado, terá que apresentar a sua própria solução enquanto decifrador; pois a autoria do problema (e a solução do Autor) não lhe garante a passagem à eliminatória seguinte.
É esta questão (fracturante?) que apresento aos leitores deste blogue, para que opinem, favorável ou desfavoravelmente, sabendo que se trata de uma questão já antiga, mas sempre actual: terá o Autor que receber, independentemente da sua solução aquando do envio da produção, a totalidade de pontos em disputa?

PS. Já agora, não esqueçam que amanhã é dia 1 de Novembro, dia de publicação do Problema nº 3 do Torneio Jartur Mamede, promovido pela secção Mundo dos Passatempos. Por isto, e tudo o mais, visite o Clube de Detectives…

DANIEL FALCÃO

Anónimo disse...

O Daniel Falcão tem muita razão, como tem o A Raposo & Lena, mas o que eu penso é que a falta não é de critérios e penso que o Luís Pessoa tem em consideração o que é e o que não é para pontuar. Já me aconteceu não dizer coisas que o autor diz e não ser penalizado e outras sou. O Luís Pessoa faz a sua análise e define os pormenores que são para pontuar e depois aplica isso, acho que bem porque não há grandes reclamações. Para mim, a questão é outra. Há quem ande por aqui só para ganhar os torneios e esteja aliado a muitos outros concorrentes, trocam soluções, trocam pormenores e como muitas cabeças pensam mais que uma só, estão sempre à frente. Nos últimos anos isso tem sido notório. Se as pessoas andam como eu, só para se divertirem e a procurarem apenas ser melhores que nos anos anteriores, podem encontrar incentivos e continuarem a concorrer, mas chegam a uma altura em que saturam e abandonam. Acho que o Luís Pessoa devia acabar com o campeonato de Portugal porque ninguém pode ser campeão de Portugal às costas dos outros.

Cisco Kid

luis pessoa disse...

Os comentários que aqui vão sendo colocados, levantam questões que são discutidas há décadas! Sem resultados evidentes!
Há grupos de concorrentes? Sempre os houve! Há métodos discutíveis de classificar? Sempre houve! Há reclamações sobre pontuações? Sempre houve!...
Os comentários do confrade de Palmela, Cisco Kid são, porventura os mais ácidos.
Mas que nos perdoem todos, nada de novo foi acrescentado!
O Policiário tem muito disso, infelizmente.
Há uns anos, criaram-se grupos de trabalho e outras coisas do género, para fazerem propostas e criarem discussão. Até prazos chegaram a ser definidos e comunicados emitidos! Até hoje, que se visse, nada aconteceu!
A resposta parece ser simples: Os confrades deste passatempo estão muito bem como estão e nada parece entusiasmá-los!
Um grupo de confrades/convivas, que colocam o Policiário em pé de igualdade com a sã camaradagem e não menos saudável convivio, manifestam a miúde a sua alegria pelo que o policiário lhes dá e pelo que eles mesmos dão ao policiário e isso é magnífico! Se se encontram e falam de Policiário, lógico será que discutam problemas e pormenores, não se vendo muito bem de onde vem mal ao mundo!
Aumentam as possibilidades de êxito? Talvez, mas esse espírito gregário pode ser seguido por outros. Pode haver tantas Tertúlias Policiárias quantas quiserem.
Reafirmamos o que dissemos acima: Não descortinamos nada de novo, até agora. Esperamos dos participantes ideias e propostas que possamos pôr em prática na nossa secção do PÚBLICO e aqui.
Não procuramos diagnósticos da situação, porque esse diagnóstico existe há décadas, queremos e procuramos ideias, soluções, propostas.
Quem se chega à linha da frente?

Anónimo disse...

Eu acho que o Luís Pessoa está a ser muito duro a dizer o que diz. Ele fala como se as pessoas quisessem mudar as coisas, mas eu acho que não. Acho que o policiário vai bem. eu, pelo menos acho que sim.

Sossavart - Penafiel

Anónimo disse...

Nessas coligações que falam, eu só acho mal porque uma pessoa faz uma boa solução, podia ficar entre os 10 primeiros, mas fica para lá dos 100 porque as coligações fazem com que muito piores que eu fiquem à minha frente. A culpa não é do Luís Pessoa mas dos colegas que copiam. Se e preciso de ficar nos 300 melhores para conseguir um lugar ou um emprego e vou lá fazer as provas, não gosto de ficar em 301º se houver 200 piores que eu que copiaram por outros ou já sabiam o que iam perguntar. É desonesto e eu não posso gostar, ou não será assim?
O Luís Pessoa quer propostas, mas eu não as tenho. O que tenho é muita pena por ficar muito mais atrás do que ficaria se cada um respondesse por si.

Teresa M

Anónimo disse...

Não acho que haja ditadura do orientador porque ele baseia-se na solução do autor e separa o que deve pontuar e o que não deve pontuar. Não vai inventar nada.
Deco

Anónimo disse...

Agora é que a Teresa M pôs o dedo na ferida.
Ninguém gosta de ser aldrabado e chutado para trás. O remédio para não haver copianço não é dizer aos que não copiam que o podem fazer também.
Nisso não concordo com o Luís Pessoa que diz que quem quiser pode fazer tertúlias. É verdade, mas onde discordo é que a tertúlia não deve servir para aldrabar a verdade das classificações. Se numa escola ou em nossas casas dissermos aos alunos ou aos filhos para fazerem como os outros e copiarem para serem iguais, estamos a dar sinais errados e aqui é a mesma coisa

Cisco Kid - Palmela

luis pessoa disse...

Teresa M, Deco, Cisco Kid, as vossas ideias e comentários fazem parte de um diagnóstico.
Agora vamos para a parte seguinte: O que fazer?
Há soluções para isso?
Queremos, realmente entrar nesse campo nebuloso da suspeita?

O que esperamos realmente são sugestões para resolver as questões, se é que elas existem e parece que sim, pelo que se escreve.

Vamos lá: O que devia um orientador fazer, para obstar a essa troca de informações? Pedir escutas telefónicas? Pedir vigilância de computadores? Criar provas especiais à prova de trocas? Como?

Pensamos que estamos numa discussão que nunca produzirá resultados práticos, tal é a sua complexidade, mas estamos abertos a todas as sugestões.

Mais que diagnósticos de dificuldades que temos, venham ideias novas.

Anónimo disse...

Boas meus amigos, como o A.Raposo, o Zé, até mais que um dos Zés, o LP, o Rip, e tantos outros, cheguei até aqui pela mão do M.A e do Sete de Espadas, ainda me lembro, não vou dizer que sou do tempo, pq o sou mesmo, de ir a convívios de 50, 60 e mais pessoas, e tais convívios eram a cada 15 dias, depois, só muito depois passaram a mensais, e nessa altura, imaginem só cada terreola tinha a sua tertúlia e se hj não existem ou não resistem tantas é pela manifesta falta de tempo de alguns, mas que uns minutos nas novas tecnologias podiam implementar isso, e a "falta de tempo" de outros.
O facto da existência da tertúlia e da troca de informação entre os tertulianos não quer dizer e nem sequer obriga a que todas as informações sejam fidedignas ou completas, todos os "detectives" do Público sabem-no, e mesmo com essa troca de informações, nenhuma solução é igual a outra, levando por esse motivo a um maior ou menor número de pontos.
Posto isto saúdo aqui o regresso das tertúlias que queiram aparecer, nem que seja no mais remoto cantinho de Portugal
Abrótea

Anónimo disse...

Pede-nos o L.P., na sua página do Público-Policiário de 18/1/09 que, para além do diagnóstico, lhe forneçamos soluções.
É nesse sentido que nos propomos apresentar esta sugestão. Como o âmbito do policiário é muito vasto, vou limitar esta apresentação ao tema “ qualidade das provas(problemas para decifração) apresentadas”.
Na verdade, temos reparado que algumas provas apresentadas não conseguem o objectivo final: um caminho para uma solução oficial e única.

A melhor forma que me parece de seguir e ao mesmo tempo a mais segura é a de ter alguém (que chamaria de provedor das produções) que se ocuparia dessa difícil tarefa.

Assim, nenhum problema seria publicado sem que o provedor estudasse o mesmo e se necessário fizesse as sugestões que achasse úteis para que o mesmo ficasse “fechado” sem grandes hipóteses de levantar celeumas, sem haver duas maneiras diferentes de chegar à solução.

O provedor teria que ser convidado para o lugar e possuir duas características, entre outras:
a) Não ser concorrente nem produtor para aquele torneio.
b) Ter a “tarimba” no policiário como antigo decifrador, produtor ou até ter sido orientador de secção, além de ter experiência e alguma notoriedade.

As suas observações seriam passadas ao “orientador” que actuaria junto do “produtor” se acaso fosse necessário para alterações eventuais e para limar arestas que surgissem. As funções do provedor seriam objectivamente especificadas no Regulamento do Torneio.


A Raposo & Lena