domingo, 7 de março de 2010

POLICIÁRIO 972

O REGRESSO DO DETECTIVE TEMPICOS


Passadas as emoções dos primeiros resultados da época, referentes à prova n.º 1, que estão disponíveis no blogue Crime Público, é chegado o tempo de avançarmos nas nossas competições. Hoje temos a publicação da primeira parte da prova n.º 3, um desafio de características tradicionais, de autoria de um dos melhores produtores nacionais, a dupla A. Raposo & Lena.
Chamamos a especial atenção dos nossos “detectives” para este desafio, por contemplar vários tipos de enigmas e exigir uma capacidade extra de interpretação de charadas, com influência directa na resolução do problema.
O confrade A. Raposo, quer quando produzia a solo, quer agora inserido na dupla “caseira”, sempre nos habituou a problemas originais, nem sempre fáceis, mas de boa qualidade, como é agora o caso.



CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL


PROVA N.º 3 – PARTE I

REALIDADE OU FICÇÃO? – Original de A. Raposo & Lena


Se nos contassem não acreditávamos.
Sem motivo nenhum aparente à Tertúlia Policiária da Liberdade, começaram a chegar donativos, principalmente do estrangeiro de Universidades e Fundações americanas, aparentemente todas ligadas à influência judaica naquele País.
O envelhecido, mas sempre empreendedor, núcleo duro da Tertúlia reuniu e chegou à conclusão que o povo judaico leva tempo mas acaba por cumprir o seu dever. Pois não sei se se recordam no passado Maio 09, em Cabanas de Viriato, fizemos uma grande homenagem ao nosso Aristides, que tantas vidas salvou, principalmente de judeus.
O dinheiro ia chegando e nosso guarda-livros ia depositando. Como a verba já era grossa, alguém – e bem – sugeriu construir uma casa que simbolizasse a actividade policiaria nas suas muitas vertentes.
O Búfalo macho, mal ouviu a história começou logo a desenhar o edifício. Cloriano, o tesoureiro, começou a contar os tostões. Peter Pan mandou vir por conta uma sangria fresquinha para afinar a garganta e afastar o maldito fastio. A Detective Jeremias a contra gosto deixou escorregar mais um pastelinho de bacalhau, para dar base ao estômago, como preventivo.
Tempicos que se encontrava desempregado há muito e já andava farto de gatas, ofereceu-se (contra uns trocados) em ficar o responsável pela sala dos enigmas. Assim sempre fugia da praia, do sol e principalmente das inglesas de meia-idade que o não largavam, não se sabia muito bem porquê…
Era essa sala que serviria de exame a quem quisesse entrar para sócio efectivo da Tertúlia.
Criámos, também, para dar prestígio, o sócio contribuinte, que só pagava e não tinha direitos. Até hoje ainda não se inscreveu ninguém. Porque será? Perguntou o Nove com um ar trocista?
Não queríamos que entrasse uma multidão para sócio, pois assim o nível geral intelectual do conjunto baixava. Só queríamos gente com dois dedos de testa e uma boa dose de células cinzentas! Não é pedir muito, caramba!
Queríamos ser de certa forma uma elite para representar Portugal no mundo. Sem outras vaidades, para além das nossas que não eram desprezíveis.
O projecto foi aprovado, a casa feita e à porta da sala dos enigmas lá estava o “polícia” Tempicos, a fazer as provas aos candidatos.
Aqui levantou-se uma grande celeuma. A confrade Jeremias entendeu “amarrar o barco”. Pelo facto de ter sido vice-campeã nacional no policiário pensava ter o direito a ter a chave da porta da Sede.
Tempicos, mais uma vez – com o charme habitual – deu a volta ao problema. Pegou numa chave que tinha guardado da porta de outro edifício e ofereceu à nossa Detective.
Não sei se ela ainda anda com a chave ao pescoço, mas se descobre a marosca…
Tempicos deixava entrar um candidato e acompanhava-o até aos fundos onde estava a porta de saída. O candidato tinha 48 horas para apresentar a solução a um enigma figurado a que fora sujeito durante o trajecto. Parecia simples…
Tempicos aproximou-se de um relativamente pequeno aquário onde, com espaço suficiente, diversos peixes nadavam: Tempicos com ar de conhecedor apontou as variedades que se iam aproximando da sua mão, à medida que largava um pouco de alimento.
Disse: São peixes, todos eles, do estuário do Sado. Este é o alcoraz, nome popular, ali aquele é o Mulus surmuletes, o outro é o Boops boops, e por fim a saborosa Anguilla anguilla, como lhe chamava Linnaeus nos velhos tempos de 1758.
O candidato tomou nota num pequeno caderno e seguiram para a sala seguinte.
Uma prateleira comprida tinha várias estatuetas. Oito bonitas figuras em madeira.
Encontravam-se pela seguinte ordem: uma Rena, um Tigre, um Leão, uma Zebra, uma Águia, e um Urubu. Duas estatuetas de Índio ladeavam o Leão. Seguia-se uma simples carta de jogar com uma única pinta.
O candidato, que não era nada parvo, reparou que duas estatuetas tinham sido trocadas da normal sequência, pelo pó que a prateleira apresentava.
Na parede da sala seguinte dois quadros pendurados.
O primeiro representava um céu onde voavam várias lulas. O segundo tinha pintado à esquerda um monte de cinza. À direita a frase “de quarenta a noventa”.
Pareciam ser quadros do tipo de Salvador Dali. Mas eram mais do género de enigma figurado.
Ambos os quadros estavam assinados. Nada de gente famosa. O primeiro por “U.Menos”, o segundo por “ A.Menos”. A seguir aos quadros havia um painel pintado com um ponto de interrogação.
Tempicos despediu-se do candidato e desejou-lhe boa sorte.

Boa sorte também nós desejamos aos concorrentes. Desta vez não terão para resolver casos de sangue, facadas, tiros e mortes. Para variar, o policiário também tem lugar para outras áreas onde também se pode utilizar as células cinzentas. “O bestunto”- como às vezes, sem querer, diz o amigo Tempicos quando já está “bem disposto” com uns copitos do maduro.
O amigo concorrente, com um pouco de paciência, sabedoria, estudo e inteligência, também poderá entrar para a Tertúlia. Para isso tem que passar neste teste e responder acertadamente ao enigma que o seu amigo Tempicos apresenta.


E pronto.

Agora resta aos nossos “detectives” reunirem os indícios e fazerem todas as interpretações, após o que deverão remeter as suas conclusões, impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Março, para o que poderão usar um dos seguintes meios:

- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Relembramos que cada prova é composta de duas partes e que a segunda vai ser publicada na próxima semana. Desta forma, os confrades que optarem por enviar pelos Correios, poderão reunir as soluções num só envio, evitando o pagamento de duas franquias.
Recordamos, também, que o texto deste desafio estará disponível no nosso blogue Crime Público, bem como no Clube de Detectives, do confrade Daniel Falcão.

Boas deduções!



COLUNA DO “C”



FALTAM 27 SEMANAS PARA A EDIÇÃO 1000


Pela primeira vez decorreu o Campeonato Nacional de Produção, na época 2003/2004, com problemas de boa qualidade e para todos os gostos.
Foram os confrades com direito a voto que definiram a classificação das produções. Perante a galeria de bons produtores, com Daniel Falcão, Figaleira, Severina, Paulo, Smaluco (actual Insp. Boavida), Rip Kirby e Nove, foi o confrade A. Raposo - à época ainda a concorrer sozinho - quem conquistou o degrau mais baixo do pódio, com “A Morte Dança o Bolero”. Seguiu-se, em segundo lugar, mais um “bico-de-obra” saído da pena do mestre M. Constantino, com “Ementa: Dois em Um”. Sagrou-se primeiro campeão nacional, o Inspector Fidalgo, com “Um Caso Curioso”.

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