segunda-feira, 24 de maio de 2010

POLICIÁRIO 983

Enquanto se aproxima o dia do VI Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade, que se vai realizar no próximo fim-de-semana, prosseguimos as nossas competições ao ritmo que definimos desde o princípio.
Hoje vamos publicar a solução oficial do problema do confrade Karl Marques, de Torres Vedras, que integrou a primeira parte da prova n.º 4, um desafio que recebeu elogios e que retomava o universo de uma série de ficção científica que alcançou um êxito enorme no século passado.
Vamos ainda fornecer, uma vez mais, as coordenadas para o próximo convívio policiário, a decorrer nas proximidades da Serra da Arrábida, para que todos os “detectives” possam encontrar o rumo certo.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 4 – PARTE I
NA ÚLTIMA FRONTEIRA – original de KARL MARQUES

Bom, hesitei bastante antes de propor um problema que tomasse como base uma série de ficção científica (Star Trek). Mas optei por apresentar na mesma a proposta.
Os três portadores de armas têm discursos que não encontram confirmação nos testemunhos dos outros dois.
Comecemos pelas horas: todos dizem que estiveram juntos no bar mas:
Gyaff diz que esteve no bar a partir das 17h, mas às 18h já não estava no quarto da vítima, com ela.
Suap diz que esteve no bar das 17h às 18h, que aí ainda se cruzou com a vítima. Portanto, a vítima, às 18h ainda não estava no quarto.
Passav, por sua vez, diz que esteve na companhia dos outros dois durante hora e meia, a partir das 17h. Ora, uma hora e meia daria 18h30. A esta hora Gyaff e Suap dizem que já nem estavam no bar, e que Gyaff já tinha até ido até ao quarto da vítima. Estaremos perante um indício sério de que o crime foi cometido por Passav? Talvez.
No entanto continua a existir a divergência entre Gyaff e Suap.
Na primeira resposta de Passav duas coisas dignas de registo surgem:
- Por um lado o facto de dizer descobrir surpresa na reacção de Mavock: Mavock é vulcano, espécie conhecida pelo seu espírito lógico e ausência de exibição de emoções. Um vulcano a mostrar surpresa? Para mais na investigação de um homicídio. Então, porquê o comentário do Marsulan? Porque ele próprio já esperaria essa surpresa? Já sabia que o que estava a dizer ia chocar com outras declarações? Como saberia ele disso?
- Por outro lado, à pergunta "- Esteve hoje no quarto da vítima?" ele responde, duma vez só, a várias perguntas: 1.º se esteve, 2.º quando esteve, 3.º a razão da visita, 4.º o estado de espírito da vítima, 5.º que foi a última vez que o viu, 6.º onde tinha estado, com quem e durante quanto tempo. Muitas respostas, para perguntas ainda não feitas, mas que Mavock de facto queria fazer, pois fizera-as também a Gyaff. Mais curioso ainda, responde-as pela mesma ordem que Mavock tinha feito as perguntas a Gyaff.
Como poderia ele saber? Apenas se Gyaff lhe tivesse contado.
Existe ainda outro ponto a unir Gyaff e Passav: Gyaff diz que a vítima tinha descoberto a fórmula resolvente para 5.º grau. Ora tal, está demonstrado desde o século XIX, é impossível. Essa fórmula existe, e apenas existirá, até ao 4.º grau. Ora, no papel no quarto de Passav: temos "0,1,2,3,4 há" que são precisamente os graus para os quais existe fórmula, e depois "5,6,7,8,9,10... não", pois partir de 5 não há nem haverá. Foi Passav quem deu a informação a Gyaff, para que este, propositadamente, desse uma informação que nunca poderia ser verdadeira. O objectivo dos dois é apenas baralhar Mavock o tempo suficiente para que estes possam sair da nave. Ao lançarem várias pistas incoerentes e inconciliáveis, procuram que este tenha muito com que entreter o pouco tempo disponível.
Gyaff compromete-se de imediato com a questão da fórmula resolvente. Passav com a questão do tempo que não é confirmada por nenhum dos outros. Lançam também Suap para a confusão: roubam-lhe a faca, para que exista mais um suspeito. E Gyaff faz algo mais: ao sair do bar, pouco depois de Suap, viu a vítima a conversar com o Comandante Data, como tal, Suap também o tinha visto. E assim incluiu o detalhe da "inteligência artificial". Sendo o Comandante Data um andróide, seria estranho a vítima estar a falar com ele se tivesse alguma espécie de aversão a inteligência artificial. Ao incluir este detalhe contribuía para mandar também Suap para a confusão, quando este desse o testemunho.
Os culpados foram dois: Gyaff e Passav.


VI CONVÍVIO DA TERTÚLIA DA LIBERDADE

É já no próximo domingo a data do grande evento que a TPL organiza todos os anos, desta feita na sua VI edição.
Este ano, à semelhança de 2008, vai decorrer na Quinta do Rio, entre Azeitão e Sesimbra, perto da povoação de Alto das Vinhas.
Contando este ano com o patrocínio de “O Forno da Cidade” de Odivelas, terá o seguinte programa, sujeito à imaginação dos confrades presentes:
11h00 – Início da concentração na Estalagem Quinta do Rio;
11h30 – Passeio pela quinta ou mergulho na piscina, facultativos;
12h00 – Enigma e Perguntas a Prémio;
12h30 – Prova de vinhos (Um espumante, um branco e dois tintos);
13h15 – Almoço;
15h00 – Homenagens da TPL.
O preço do almoço é de 16 euros por adulto.
Todos os que desejarem começar na véspera, poderão dispor de quarto para duas pessoas e pequeno-almoço pelo preço especial de 50 euros.
Mas como é compreensível, uma organização deste tipo obriga a algum planeamento logístico e daí ser necessária a marcação prévia, quer dos quartos, que terá de ser feita até 26 de Maio, quer do próprio almoço que deverá ser até ao dia seguinte, 27 de Maio.
Para que ninguém possa alegar falta de informação ou dificuldades no acesso à mesma, o blogue Crime Público, acessível em http://blogs.publico.pt/policiario, bem como a página do Clube de Detectives, em danielfalcao.net, terão todos os elementos para a tomada de decisão.
Também os organizadores estão prontos para tudo o que pretendam, para o que podem ser contactados pelos seguintes telemóveis: A. Raposo & Lena (966 173 648), Búfalos Associados (965 894 986) ou Nove (966 102 977).
Para chegar à Quinta do Rio, tomem as devidas notas:
O acesso é pela EN 379, que liga Vila Nogueira de Azeitão a Santana/Sesimbra. Assim, vindo de Lisboa pela EN 10, mal se acaba de passar Brejos de Azeitão (antes de Vila Nogueira de Azeitão), corta-se à direita, para a EN 379, no sentido de Sesimbra. A entrada da Quinta do Rio aparece cerca de 5,5 km depois, à esquerda, numa subida e no início de uma curva para a direita. Vindo do lado de Santana, a entrada da Quinta surge à direita, cerca de 5,0 km depois de se deixar Santana, numa descida, a seguir ao Alto das Vinhas.
No próximo domingo o Policiário vai viver-se nas paisagens da Arrábida, em mais uma jornada de confraternização e amizade, para toda a família.
Podemos contar consigo?




COLUNA DO “C”

FALTAM 16 SEMANAS PARA A EDIÇÃO 1000

Ainda na época de 2006/2007, a competição foi muito cerrada no campeonato nacional de produção, ainda que nesta época apenas estivessem oito produções em competição.
Como as produções são votadas pelos próprios concorrentes, o escalonamento da classificação é sempre reflexo da maior ou menor aceitação entre os participantes, mas nem sempre em sintonia com a maior ou menor valia das produções.
Nesta época, para além das produções dos confrades Peter Pan, Mr. Ignotus, A. Raposo & Lena, Inspector Boavida e Rip Kirby, asseguraram os lugares no pódio, os confrades Búfalos Associados com o problema “A Estatueta de Pedra”, em terceiro lugar; Onaírda com “A Morte da Digitálica”, em segundo; e Inspector Fidalgo com “O Caso Anaquicoínes”, que conquistou o título de campeão nacional.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Karl:
Como lhe tinha proposto, aqui estou a começar a conversa (repito - conversa) sobre o seu problema. Foi, realmente, uma proposta diferente, que permitiu um exercício giro.
Não concordo, porém, com a sua solução. Para mim, pacífico, Passav (o Marsulan) matou - foi o último a estar com a vítima (viva!) e mente na questão das horas de convívio no bar.
Não posso, porém, concordar com a cumplicidade de Gyaff, pois (na minha opinião) nada de objectivo a confirma. Pelo contrário, considero ser ele quem ajuda a incriminar o marsulan. Parece incrível, mas não é, trabalharmos o mesmo texto e chegar a opiniões diferentes. Isto é vulgar, quando alguém erra uma solução. Mas eu creio não ter errado. O que aconteceu foi que nós partimos de ópticas radicalmente diferentes. O Karl cria um mundo de ficção intergaláctica, mas analisa-o e interpreta-o à luz da nosssa realidade (terrena, humana). Eu entro no seu mundo e tenho de analisá-lo como ficção; isto é, o que para nós é impossível pode ser perfeitamente possível para as civilizações (eventualmente) mais evoluídas que povoam o seu mundo...
Vamos aos pontos em que discordo da solução oficial:
- Diz ela: "Gyaff esteve no bar a partir das 17, mas às 18 JÁ Não estava no quarto da vítima, com ela"
Não consigo ler assim o texto do problema. Mavock pergunta-lhe sobre a estada dele do quarto da vítima: "ENTRE que horas?" Entre significa o tempo que vai do primeiro espaço (entrada) ao segundo (saída).
Resposta (texto do problema): Julgo que cerca das 18 (ponto final) Por pouco tempo, no máximo 15 minutos.
Vejo aqui dois tempos : Cerca das 18 (primeiro); no máximo, 15 minutos (segundo). Para mim, o que o texto diz é que ele entrou às 18 e saiu, no máximo, às 18,15!! Não vejo como possa ser lido de outra maneira!
Diz a solução:" Gyaff diz que a vítima tinha descoberto a fórmula resolvente para o 5º grau (no problema vem 7º, mas não é relevante). Ora tal está demonstrado, desde o Sec. XIX, é impossível".
TOTALMENTE em desacordo. Pode ser impossível para os humanos (nós, na Terra), mas NINGUÉM pode garantir que uma civilização mais evoluída (no texto, os Scosselan) não o tenha conseguido fazer! Nós sabemos o que sabemos; não sabemos o que não conhecemos. Como não conhecemos os Scosselan (nem estão, intelectualmrente descritos no texto), não podemos afirmar que essa civilização não conheça a tal fórmula (estou, apenas, a lidar com elementos do problema)!!! Ficção é ficção. Para tudo!!!
Se será impossível ou não aos humanos descobrir a fórmula, eu não diria nunca. Ninguém conhece os limites do homem, nem o que ele será daqui a 200/300 anos (se lá chegar)...Mas isto não vem para o caso...
Mas, para mim, Gyaff pode estar, perfeitamente, a dizer a verdade (no mundo intergaláctico do texto)!
Quanto ao facto de a vítima estar a falar com um andróide, apesar de não lidar bem com a inteligência artificial (no texto; diferente da quase aversão da solução), recordo que aquela era uma nave para contactos diplomáticos. E a diplomacia obriga a engolir muitos sapos (até elefantes!). Um breve encontro ocasional (para mim) cabe no texto e não indicia nada de objectivo.
Fico por aqui, dizendo apenas que não valorizei a pseudo-surpresa de Mavock. É que Passav afirma que o vulcano parece surpreendido. Ele responde: Surpreendido, eu? Eu, que não me surpreendo (ou não mostro!). Isto não confirma; até parece negar a afirmação do Marsulan...
Que lhe parece, amigo?
Um abraço

Anónimo disse...

A parte final do meu post foi mal teclada:
Ele responde: "Surpreendido, eu?" (texto).Isto não confirma; até parece negar a afirmação do Marsulan...
Eu, que não me surpreendo(ou não mostro!, característica do único Vulcano que eu conheço - o da Guerra das Estrelas, ele também uma personagem de ficção, só válida para a obra cinematográfica em que age..
Que lhe parece, amigo?
Um abraço