segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A MORTE DE LECY ONARA - 4

E o confrade Zé respondeu:

Meu caro confrade:


Foi (como eu já calculava) um enorme prazer trocar ideias consigo.
Quem me conhece, sabe a minha regra - eu tenho os meus elementos/argumentos, mas o Autor pode ter os dele, diferentes dos meus.
E o CM tem os seus, como demonstra, clara e inequivocamente.
Fiquei muito contente com as suas explicações, que corroboraram a base da minha solução. Só não estou de acordo com a prisão do Musk na sexta anterior. A expressaão "naquela sexta-feira" é ambígua no contexto do problema - cita-se (é um facto) a partida de Musk na sexta 13, mas o desenrolar do problema vai até à quarta em que o corpo é descoberto. Pelo que "aquela sexta-feira" pode ser a da semana em que começaram as investigações. Concordará que nada no texto aponta por uma prisão por outro motivo (melhor, detenção). Havendo uma detenção e um crime, é forçoso relacionar.
De resto, as suas respostas validam a minha solução - tudo de acordo. Lecy morreu na sexta 13, morta (não premeditadamente) por Tó; Musk não matou; e muito provável cumplicidade com Naquet (Mas não textualmente provada, dise eu, como poderá constatar pela minha resposta que lhe envio e da qual agradeço um comentário à parte técnica, pois sei que está no ramo e queria corrigir erros de leigo).
Ambos defendemos o nosso ponto de vista (disse um grande escritor que cada texto só é, inteiramente, do autor até que o publica; depois, cada leitor o pode ler à luz da sua subjectividade fundamentada).
Repito - foi-me muito útil o seu problema e as minhas dúvidas não interferiram em nada com a possível qualidade da minha solução, que foi a 5ª melhor.
Já tinha conversado pessoalmente consigo e gostado; por isso, arrisquei um contacto público.

Um grande e grato abraço

1 comentário:

Anónimo disse...

A propósito do 9º problema

"Ausente", por alguns dias, das actividades policiárias -- por razões familiares já aqui noticiadas -- tomo agora contacto com as últimas novidades trazidas pelo Blogue.
Começo por me congratular com a franca e salutar troca de impressões entre o Zé o H- Raí, a propósito do 8º problema de que este foi autor.Felicito-os pelo interesse e nível da mesma (de facto, dois Senhores)-- mais não devendo por ora acrescentar uma vez que ainda não "degustei" devidamente o que foi escrito.
Hoje venho0 a terreiro apenas para referenciar duas (possíveis) imperfeições que detectei no 8ºproblema, por mim já oportunamente referenciadas na minha solução, tendo então ficado na expectativa de ver a solução do autor. A saber: as questões da cápsula (ou da falta dela) no local do crime, e a da herança recebida pelo personagem Almerindo.
Quanto à primeira, vi agora a explicação do autor. Reportemo-nos pois apenas à segunda: Refere o texto que "Almerindo emigrou para o Brasil de onde um tio abastado o chamou." Esse tio faleceu anos mais tarde e, não tendo herdeiros mais próximos, "deixou-lhe os bens", ficando assim Adelino a queixar-se da sua sorte porque, sendo o irmão mais velho, deveria ter sido o herdeiro do tio (o que também, diga-se, não seria correcto).
Fica a dúvida : o tio deixou todos os seus bens ao Almerindo, COMO - por doação, por testamento, ou por herança ? O texto indicia esta última hipótese ao ser completamente omisso relativamente às duas primeiras (de excepção)e apenas referir que Adelino achava que.por ser o mais velho, deveria ter sido o HERDEIRO do tio, subentendendo-se pois estarmos no domínio de uma herança. Ora, A SER ASSIM, está mal. De facto, o artigo 2133º do Código Civil preceitua que:
"1. A ordem a que são chamados os herdeiros (...) é a seguinte:
a) Cônjuge e descendentes;
b) Cônjuge e ascendentes;
c) Irmãos e seus descendentes;
d)
e)

Logo, por herança, seriam únicos e legítimos herdeiros OS SEUS TRÊS SOBRINHOS Almerindo, Adelino e Antero, na proporção de um terço em comum a cada, e não apenas um-
E assim Adelino teria recebido o seu quinhão, igual aos dos outros dois irmãos, e neste caso já não existiria da sua parte qualquer eventual razão de queixa, essa mesma queixa que veio, neste caso, a reforçar a sua posição de suspeito...
Claro que assim não seria se tivesse havido testamento, por exemplo, mas como o texto é omisso em relação à sua existência e, por outro lado, fala em Adelino como devendo ter sido o herdeiro do tio...
Fica à discussão.

"Inspector Aranha"