domingo, 14 de agosto de 2011

POLICIÁRIO 1047


UM ENIGMA EM “R”!

A segunda parte da prova n.º 8, que hoje publicamos é, tal como a primeira, de autoria de Daniel Falcão, o que faz com que este confrade possa dizer que tem um mês de Agosto repousado, em termos de decifração de problemas policiários.

Tratando-se, como é o caso, de um desafio de escolha múltipla, recordamos que os “detectives” apenas terão de indicar a alínea por que optam, sem necessidade de mais explicações, que, no entanto, podem ser dadas por quem assim entender.

Em directo da cidade de Braga e do confrade Daniel Falcão, aqui fica este desafio para que nos digam quem foi a “R”, de entre as quatro “R” suspeitas, que matou outra “R”! Um verdadeiro problema em “R”!


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

PROVA N.º 8 – PARTE II

“QUEM MATOU A RAFA (ELA)?”, Original de DANIEL FALCÃO


Tudo aconteceu no final da tarde de uma sexta-feira 13. Quando todos se preparavam para mais um fim-de-semana primaveril, foi encontrado o corpo de Rafaela Pacheco, professora de Química. Rafa, para os colegas de trabalho.
Se ninguém tivesse passado pela sala contígua à sala dos professores, a mesma sala onde os directores de turma habitualmente recebem os encarregados de educação, o corpo só seria encontrado na manhã de segunda-feira. Felizmente, se é que se pode recorrer a um termo destes neste género de circunstâncias, alguém lá entrou e gritou, depois de ver aquele cenário horrível.
Não era preciso ter muita experiência para aventar o que teria acontecido naquela sala. A vítima teria sido empurrada brutalmente contra a esquina de um móvel alto onde batera com a testa, provocando-lhe um ferimento muito feio, tendo dele jorrado uma grande quantidade de sangue. O homicida, assustado com o resultado do seu acto, ter-se-á retirado da sala.
O rasto de sangue no chão da sala permitia concluir que a morte não fora imediata e que a vítima ainda se deslocara até próximo de uma das portas. Muito provavelmente, já sem forças, resolvera rabiscar no chão, com o dedo em sangue, alguns algarismos. Ao lado da sua mão direita, escrito com sangue, estava o seguinte:

5-8 5-16

A investigação decorreu célere, ainda naquele dia e durante a manhã de sábado. Depois de escutadas muitas das pessoas – professores, funcionários, alguns alunos – que estavam na escola naquela sexta-feira 13, foram detidas quatro professoras para mais averiguações: Renata Santos, professora de Francês, também conhecida por René; Rita Nogueira, professora de Português; Rosa Antunes, professora de Geografia; e Rute Magalhães, professora de Matemática.
Eis alguns dos elementos recolhidos a partir dos respectivos depoimentos, nomeadamente sobre o que tinham feito na aula que antecedeu o momento em que foi encontrado o corpo e o que recentemente estavam a leccionar.
René – Como estava com uma infecção urinária, precisava de ir constantemente à casa de banho. Durante a aula saíra por duas vezes. Curiosamente, de ambas as vezes vira uma colega seguir na direcção da sala dos professores: a Rita, primeiro, e a Rosa, depois. Pareceu-lhe que nenhuma delas se apercebera que fora vista, embora a Rosa olhasse constantemente para a sua direita e para a sua esquerda. Nas aulas, estava a fazer uma revisão do conjuntivo dos verbos.
Rita – Durante a aula apercebera-se que se esquecera dos trabalhos dos alunos. Voltara à sala dos professores onde os tinha deixado. Chegou, entrou, dirigiu-se ao seu cacifo e, recolhendo os trabalhos, regressou à sala de aula. Não se lembra de ter visto ninguém. As aulas mais recentes estavam a ser dedicadas aos Lusíadas.
Rosa – Saíra da sala dos professores sem levar com ela um mapa-mundo que representava de uma forma muito elucidativa as longitudes e as latitudes de vários países. Era este o tema das últimas aulas. Por isso, tivera de regressar à sala dos professores. Não viu nem ouviu nada, enquanto lá esteve.
Rute – Também saiu da sala de aula, depois da aula se iniciar. Precisou de ir à casa de banho e não se aproximou da sala dos professores. Regressou sem ter visto ninguém. Os alunos estavam a aprender a teoria das probabilidades.

A investigação permitiu ainda apurar que Rafa, René, Rita, Rosa e Rute, além de serem amigas e estarem informadas sobre o que cada uma estava a leccionar, partilhavam uma paixão comum: o director da escola. Parecia estar encontrado o móbil do crime!

Pergunta-se: Quem matou a Rafa (ela)?

A – René
B – Rita
C – Rosa
D – Rute

E pronto.

Numa jornada dupla do confrade Daniel Falcão, autor dos dois desafios desta prova n.º 8, o prazo para envio de ambas as soluções decorre até ao próximo dia 20 de Setembro, impreterivelmente.
Para responderem, podem os nossos “detectives” usar um dos seguintes meios:
- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Boas deduções!

DIC ROLAND

Completaram-se no passado dia 9 de Agosto, 5 anos sobre o desaparecimento deste nosso confrade, que deixou uma marca muito profunda no nosso passatempo e em todos os que tiveram o privilégio de com ele conviverem.
Depois de uma vida intensa, em que passou por vários cantos do Mundo, Dic Roland apareceu no Policiário com uma postura completamente ímpar, manifestando um interesse e um rigor inexcedíveis.
Uma das suas características mais marcantes era a avidez com que convivia com todos os confrades, deslocando-se para todos os locais onde houvesse uma manifestação policiária, fosse um convívio, um colóquio ou mero jantar de confraternização.
Pessoa de enorme estatura moral e intelectual, assumiu desde a primeira hora o Policiário como sua modalidade de eleição, também na vertente de competição, em que conquistou praticamente tudo como decifrador, sagrando-se campeão nacional, ou como produtor, assinando problemas de boa qualidade, muitos deles abordando situações passadas nos seus tempos de Nova Goa, na Índia, onde exerceu funções profissionais, que eram também motivo para emotivas histórias, sempre contadas com descrições pormenorizadas, de quem sabia separar com mestria o essencial do acessório.
Inicialmente a responder do Retaxo, Castelo Branco, onde residiu e exerceu actividade profissional, passou pela Barragem do Fratel, onde dirigiu uma estalagem e onde organizou um excelente convívio, com passagem pela vizinha vila de Nisa e pelas Termas da Fadagosa. Esse convívio, ainda hoje é recordado por todos os confrades que puderam estar presentes.
Depois, Dic Roland acabou por se fixar no Litoral Alentejano, mais precisamente em Vila Nova de Santo André, onde assumiu uma presença notória na Tertúlia Policiária que ficou conhecida por Poliandré, conjuntamente com os confrades Vilnosa e Sinid Agiev e onde todos os anos, religiosamente, os confrades “detectives” se reuniam em animados convívios, sempre com uma vertente cultural bastante marcante.
Cinco anos passados sobre a sua morte, o confrade Dic Roland continua bem vivo entre todos os que se revêem na sua exemplar postura de sempre e é bem merecedor da singela homenagem que aqui lhe prestamos.





12 comentários:

Anónimo disse...

As minhas homenagens ao confrade Dic Roland. 5 anos de desaparecimento do firmamento policiário e muita saudade deixada por falta dos problemas. O que é feito dos outros confrades de Santo André?
Deco

Anónimo disse...

Gostava que houvesse mais comentários sobre os 5 anos da morte de Dic Roland, pelo que ele representou e representa do nosso Policiário.
Leferine

Anónimo disse...

Já lá vão cinco anos sobre a morte de um dos policiaristas que muito admirei -- tanto como solucionista (era excelente !), como produtor, como ainda como Homem de uma personalidade notável
Que descanse em paz.

"Inspector Aranha"

Anónimo disse...

Gostava dos problemas dele, passados na Índia. Esram hist+orias curiosas e muito bem contadas. O Luís Pessoa podia voltar a publicá-los.
Cinco anos de saudade

I Alegria

luis pessoa disse...

Caro Inspector Alegria, é difícil repetir a publicação dos problemas do confrade Dic Roland, no jornal, porque eram sempre muito extensos e agora dispomos de menos caracteres disponíveis.
Aqui no blogue é possível, mas recordamos que eles estão disponíveis (cremos que todos)na página do confrade Daniel Falcão, CLUBE DE DETECTIVES.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
luis pessoa disse...

Relembramos que não são permitidas intervenções que revelem falta de respeito por qualquer confrade, esteja ele presente ou ausente. As regras da boa educação devem ser respeitadas em todos os momentos

Anónimo disse...

O Dic era, além de tudo isso, um escritor notável e um fabuloso parceiro de sagas intermináveis.
Foi com ele, o Raposo e o Nove que começaram as "célebres" histórias da Nelinha, a que eu e o Onairda nos juntámos.
Foram anos de conversas e histórias diárias, com o humor muito próprio dele. Soubemos sempre anular as diferenças de opções ideológicas, não as discutindo. A loucura criativa era muito mais importante! E foi mesmo de loucos!
A última vez que estive com ele foi no regresso de um convívio da Maia, com o Aranha e o Constantino (e o Nove?), até Santarém. Achei-o diferente.
Depois do primeiro AVC, quase todos os dias falávamos (quando recuperou). Quando se calou,deixou um espaço que não pode ser ocupado.
Mas a minha primeira taça de campeão nacional ostenta, orgulhosa, a designação "Troféu Dic Roland"... Foi no ano da sua morte...

Anónimo disse...

Um dia, ia eu de Lisboa, quando descobri por acaso por acaso no jornal "Crime" uma secçãodo nosso saudoso "Sete".
Ao chegar ao Barreiro fui imediatamente a um quiosque que hhavia na estação do Barreiro e comprei o Crime.
Em casa lendo o referido jornal descobri a secção do LP e descobri também que todas as quartas féitas havia um almoço no restaurante Internacional, ali às escadinhas do Duque.
Na semana seguinte já eu lá estava. cheguei um pouco atrasado e já muitos dos comfrades já tinham saído.
Quando eu ia entrando a porta vinha o Sete a Sair e foi ele que voltando para cima me foi apresentar o LP e outros confrades que ainda lá estavam entre os quais o Dic Roland.
Logo aí se estabeleceu uma forte amizade com o Dic a qual perdurou até à sua morte.
Hoje dessa amizade apenas resta uma saudade sincera mas espero que um dia ainda nos havemos de encontrar, seja lá onde for para prolongar essa amizade que a morte interrompeu.
Para ele, embora pareça um contra senço o meu abraço de Saudade.

Rip Kirby
Parra ele, Dic Roland, vai um abraço

Anónimo disse...

O meu comentário foi cheio de erros ortográficos. Espero que me desculpem mas isso fica-se a dever na falta de pontaria dos dedos ou por qualquer outro motivo que ainda não detectei, talvez fallta de atenção.
Contudo estou certo que o Dic Roland nem reparou nisso.
Um abraço do
Rip Kirby

Tiago Vitória disse...

Já cheguei à resposta (:

Adriano Ribeiro disse...

Um homem excepcional e solidário com todos os seus amigos. Uma cultura invejavel, uma sensibilidade notória e um "jeito" extraordinário para a poesia. Bem se pode dizer que com o desaparecimento do Dic Roland, do Sete de Espadas e ainda do KO, o Policiário ficou mais pobre, mas com belos exemplos para os mais jovens e para aqueles um já tanto serôdios.
Estejam onde estiverem, continuam a ser pessoas de bem e nós estamos com eles

Onaírda