sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A RESPOSTA DE M. CONSTANTINO

O confrade e Mestre M. Constantino endereçou o texto que segue, como resposta às críticas a que o seu último problema foi sujeito.
Tratando-se de um texto que revela alguma mágoa do seu autor, não queremos deixar de assumir a quota parte de culpas que nos cabem, por não termos feito a devida revisão do texto.
Uma palavra final para o Mestre, que aqui vem dar por terminada  sua produção, para lhe dizermos que isso apenas é por nós levado à conta de desabafo e de revolta, mas que jamais aceitaremos que assim seja.
Na próxima época, cá esperamos mais um desafio com a assinatura de qualidade de M. Constantino!
E não admitimos, sequer, um "talvez"! 

"Caros confrades


Não conheço o teor das críticas ou seus autores sobre o problema último -- o último produzido por M.C., ainda que não faltem ideias -- publicado no "Público Policiário", "Os Enigmas da Tribo Desaparecida", pois não tenho computador por falta de vista. Vejo pessimamente e só leio através de uma potente lente. Do que sei -- mulheres, habitantes, estrela, esclareço o seguinte:

"Aurora, recusou a alegre Tono; e Rosa, a Rubi, ficou com a pequena e gentil Garnizé".

No original que escrevi consta:

"Aurora recusou a alegre Tono e Rosa, a Rubi, ficou com a pequena e gentil Garnisé".

Na Cópia que pedi que me fizessem foi incluído um ponto e vírgula depois de Tono e assim enviado ao P.P. . Tal não parece invalidar a solução, já que logo A SEGUIR SE JUNTA "a faladora Lúcia, a Gralha, amiga da Rosa e Alice" que "ocupam a palhota disponível! Nunca Ana, incompatível com a faladora Lúcia e porque Ana, a Muda, FEZ COMPANHIA A MARTA, que não é nenhuma daquelas três, podia juntar-se a Rosa e companhia.

É claro que não se pode exigir ao solucionista analisar o português do autor, simplesmente a solução. Porém, peço-vos um pouco de exercício extra. Em bom português é possível detectar que o ponto e vírgula só pode aparecer por lapso, porque respeitando a sua inclusão não seria necessário o "e" que se segue, dado que este É UMA VOGAL DE LIGAÇÃO DE DUAS FRASES OU CONSTITUINTES DE UMA FRASE DE NATUREZA SEMELHANTE. Melhor, se o autor quisesse colocar ponto e vírgula, dispensava o "e", assim:

"Aurora recusou a alegre Tono; Rosa, a Rubi, ficou com a alegre e gentil Garnisé."

Só dispensando o ponto e vírgula a frase ficará correcta com o "e": "Aurora recusou a alegre Tono e Rosa...", etc.

Claro que isto pode parecer desculpa, não o é; é português correcto. Adiante.

Quanto ao número de habitantes.

Fala-se em "duas dúzias de viventes" apenas na introdução ao tema, o problema a decifrar começa com a construção da aldeia na estrela de seis pontas. Depois há que separar os tempos. 1º após a construção existiam 26 habitantes: conhecemos a colocação de alguns, os outros "distribuídos conforme as idades". 2º há um período de 13 anos(do nascimento dos gémeos à sua iniciação) em que se descobre um mentiroso crónico, se mata um urso, Sibila foi expulsa e reconstroe-se uma cabana, etc., neste período não se diz quantos eram os habitantes nem quem eram, está fora do problema questioná-lo. No 3º período, que realmente interessa, "o tempo decorreu até à iniciação" dos gémeos e reajustamento habitacional. Aqui sim, sabemos os nomes, os ápodos, o que faziam e, se bem contar 25 há-de achar!

O caso da estrela estudado pelo matemático russo Yakov Perelwan, fala-se em "Magic Star". Encontram-se doze soluções válidas para a inclusão das pontas da estrela com o nº 26. Facilitou o autor com indicação de alguns números...

Quanto á situação geográfica da aldeia, não oferece dúvidas desde que sabemos o nascente e o poente... devo continuar?

Afinal parece que o problema é bom já que deu origem a críticas!..

Quando escrevo interessa-me, tão só, escoar o espírito criativo e, se possível, como no problema em causa, apresentar situações diferentes das habituais -- estamos longe de "o mordomo é o assassino" -- e nunca para obter um qualquer prémio, de que prescindo com facilidade e sem comentários, recebendo no entanto o que por direito me couber. Para mim escrever é viver. É um prazer e não um negócio. Aliás trabalhei muito e no que gostava, vivi a vida possível com gosto, razão bastante para no limiar dos 87 anos, a minha riqueza só possa ser contada em número de anos.

Cordiais saudações

Muita saúde

Bons problemas (não do Constantino)

M. Constantino"

Sem comentários: