domingo, 24 de junho de 2012

POLICIÁRIO 1090




No próximo domingo festejaremos mais um aniversário da nossa secção. E não é um aniversário qualquer, já que vai ser o vigésimo.
Vinte anos de Policiário no PÚBLICO, uma marca que fica para sempre gravada na história do nosso passatempo.
Devido a esse facto, a nossa próxima secção, precisamente coincidente com o dia do aniversário (1 de Julho) vai ser especialmente dirigida para o evento que se comemora, razão pela qual decidimos antecipar para hoje a publicação do problema que constitui a primeira parte da prova n.º 6 e que deveria ver a luz do dia no primeiro domingo de Julho.
Perante as opções que se apresentavam, de manter a publicação do problema, ou adiá-la para o dia 8, provocando que a parte II apenas seria publicada no dia 15, tornando o prazo para resposta mais curto, optámos por uma solução que, parece-nos, não causará qualquer prejuízo para os nossos “detectives”.
Assim, a primeira parte da prova será hoje publicada; no próximo domingo festejaremos o nosso aniversário; e no dia 8 de Julho retomamos a publicação da segunda parte da prova, regressando à normalidade.
Relativamente ao prazo para envio das propostas de solução, à semelhança do ocorrido em anos anteriores, ele será ampliado em alguns dias, até ao dia 20 de Agosto, de molde a que os “detectives” que eventualmente gozem férias num mês inteiro, possam responder sem grandes angústias.


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

PROVA N.º 6 – PARTE I

“FALSÁRIOS INCOMPETENTES” – Original de VERBATIM



Flávio Alves deu mais uma olhadela para as quatro listas dos números das seis mil notas de vinte euros apreendidas naquela manhã de Março de 2011. Verificara que bastaria considerar pequenas amostras sequenciais de cada um dos quatro grupos em que as notas estavam divididas para se tirarem importantes conclusões. Apresentam-se, a seguir, amostras sequenciais dos quatro conjuntos.
……………....
M82738145002
M82738144993
M82738144984
M82738144975
……………….

U33376053505
U33376053496
U33376053487
U33376053478
……………….

V19232494609
V19232494591
V19232494582
V19232494573
……………….

X19584636493
X19584636502
X19584636511
X19584636529
……………….

Arsénio Mendes, o dono da vivenda e do armazém anexo onde fora encontrado o dinheiro, guardado em três caixas metálicas, defendeu-se como pôde: “Eu fazia lá ideia que ali havia notas de banco! Aquilo para mim eram caixas de ferramenta. O Sr. Inspector viu aí outras iguais ou parecidas que só têm material de canalizador e electricista. E o dinheiro com que pago aos homens, guardo-o no cofre…”.
Justino Pereira, conhecido pelo Tino Maluco, mal chegou de uma obra foi interceptado pelo Agente Dias que, apontando para as caixas das notas, entretanto fechadas, lhe perguntou de quem era aquilo. “Julgo que é do Sr. Mendes – respondeu o Tino –. Nunca lhes mexo, porque ele e o Mestre Ernesto são muito esquisitos. Se lá falta alguma coisa, posso jurar que não fui eu. Já há dois meses foi para aí uma guerra por causa de um miúdo, que o Sr. Mendes até mandou embora, só por ter pegado numa caixa do Mestre. Não me diga que, hoje, sou eu o lixado…”.
Mestre Ernesto, tido como grande prático em canalizações, que fez temporadas de trabalho em Espanha e até em França, sob contratos ilegais, explicou-se: “É verdade, aquele dinheiro é meu. Aprendi muito nas minhas andanças e ganhei algum, confesso, que fui pondo aí, pelos bancos. Mas sabe, Sr. Inspector, isto agora está a apertar, querem saber de onde vem o bago de cada um, menos o dos poderosos, e eu andei sempre meio clandestino. Fiquei com medo que me fossem à massa que tanto me custou a ganhar. Por isso, na semana passada, resolvi levantar tudo. E, quando se levantam quantidades assim maiores, vem o dinheiro arrumado e em notas novinhas.”
Instado sobre o lugar onde resolveu guardar o pecúlio, Mestre Ernesto não hesitou: “Desconfio de uma pessoa que, com certeza, me viu levantar bastante dinheiro e era capaz de me assaltar a casa. Por isso, à cautela, trouxe as notas para aqui, para o armazém do Arsénio, sem dizer nada a ninguém, nem à minha mulher. Estou a ver que essa pessoa se apercebeu da minha manobra de defesa e, por vingança, resolveu denunciar-me, como se eu fosse um reles ladrão, tal como ele. Mas garanto-lhe, Sr. Inspector, isto não é dinheiro roubado, foi todo ganho com o suor do meu rosto”
Dirigindo-se apenas ao Agente Dias, o Inspector Flávio Alves comentou: “Houve aqui fraude da grossa. As notas passam facilmente como boas, mas os falsários foram incompetentes num aspecto. Pode ser que se safem, pois a justiça portuguesa ilibou, há tempos, um comprovado corruptor por não ter corrompido a pessoa certa, isto é, por ter sido incompetente”.
Onde é que os falsários foram incompetentes? Quem estará envolvido na distribuição do dinheiro falsificado e porquê?

E pronto.
Como sempre recomendamos a máxima atenção com a leitura e interpretação dos elementos fornecidos, após o que devem responder, impreterivelmente até ao próximo dia 20 de Agosto, usando um dos seguintes meios:
- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!





Sem comentários: