segunda-feira, 2 de julho de 2012

JARTURICE OU... JARTURADA -2


{Proposta do confrade JARTUR em homenagem ao 20.º Aniversário da secção POLICIÁRIO no jornal PÚBLICO. Uma ideia excelente, que vai permitir aos confrades mais novos tomarem contacto com os desafios que foram publicados nos primórdios da secção. Ao confrade Jartur, os nossos agradecimentos pela ideia e pelo trabalho no âmbito do AHPPP. ATENÇÃO QUE APENAS PODERÃO RECEBER OS TEXTOS DIARIA E GRATUITAMENTE, SE OS SOLICITAREM AO AUTOR PARA jarturmamede@aeiou.pt A não perder. luis pessoa}




ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA

JARTURICE – POLICIÁRIO #0002

AOS ADMIRADORES E PRATICANTES

DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA… e não só!

Tenho vindo a lançar, de quando em vez, algumas “Jarturices” ou “Jarturadas”, que não são mais do que tentativas de difundir, experimentalmente, algum material ou informações sobre a actividade do “AHPPP”, que já conta com milhares de páginas, que um dia serão preservadas, para a posteridade, num MUSEU que se digne chamar a si esse espólio.

Estamos, agora, a ensaiar um novo processo.

Como sabem, festejou-se ontem, o 20.º aniversário do aparecimento da secção POLICIÁRIO, que semanalmente aparece no jornal PÚBLICO.

Nesta efeméride, o “AHPPP”, associa-se à festa, e vai enviar, para já, felicitando o INSPECTOR FIDALGO, cada um dos problemas publicados nos dois primeiros meses da secção, no seu lançamento, na fase em que se inseria no suplemento “FÉRIAS”.

Este segundo número, hoje expedido, será enviado, como foi o anterior, a todos os amigos “sherlocks”, dos quais disponho do respectivo endereço informático.

A partir do problema 0003, isto é, de amanhã, para não molestar os desinteressados, apenas despacharei o expediente para os amigos que entretanto me acusem a recepção destes, e declarem o interesse em receber os que se irão seguir, sempre vinte anos depois da publicação original.

É evidente que este serviço é inteiramente voluntário e franco, e nele se podem inscrever novos aderentes, dentre os inúmeros utentes da secção do Luís Pessoa.

Para todos, saudações cordiais do

Jartur

(João Artur Mamede)

02.07.2012

Problema # 0002 Publicado na secção POLICIÁRIO em: 2.Julho.1992

O INSPECTOR FIDALGO INVESTIGA

Original de: Luís Pessoa
Eram 17 horas. O sol brilhava e a tarde estava mais convidativa para um mergulho no mar que para ir para o trabalho. Mas o inspector Fidalgo sabe que a vida é assim mesmo e dirige-se para a Judiciária. Foi ao estacionar o carro que ouviu dois tiros e correu para o prédio de onde parecia terem vindo os disparos. Subiu ao 1.º andar e deparou com um velho deitado no solo, ensanguentado no peito, morto! Dois tiros em pleno peito.

Em frente dele, um moço de 17 ou 18 anos, segurava uma pistola e, de repente, dois homens irromperam pelo compartimento. Ficaram estáticos por alguns momentos, logo se atiraram sobre o jovem, gritando:

Assassino! Assassino!

A custo, o inspector conseguiu separá-los e iniciar o interrogatório.

Rapaz: “Não sei nada… Ouvi tiros e vim a correr. Vi a pistola e peguei-lhe. Só a apanhei, não a disparei… Não sou nenhum assassino.”

Primeiro homem: “Eu já sabia que esse malandro o ia matar. Sabe, ele é sobrinho do velho e andava sempre a pedir-lhe dinheiro, mas o velho mandava-o dar uma volta… Era de prever! Sabe, eu venho agora mesmo do banco ali ao fundo da rua, onde fui levantar um cheque do velho, para dar o dinheiro a esse estroina. Foi o azar do velho eu não estar em casa, mas é incrível, porque não me ausentei mais de 15 minutos… Assassino, aproveitaste bem o tempo!”

Segundo homem: “Eu fui à farmácia comprar um medicamento para o meu tio, mas esqueci-me do nome e vinha perguntar-lhe. Foi já nas escadas que encontrei o meu irmão. Já não vinha a casa desde as 16 horas, mais ou menos… Sabe, tenho estado no café a conversar e o tempo vai passando… Só quando me lembrei outra vez do medicamento é que o quis ir comprar, mas o nome varreu-se-me da memória e… Depois é o que já sabe!”

Com mais algumas perguntas, o inspector soube que o tio se preparava para fazer o testamento em nome de um dos sobrinhos, mas nenhum deles parecia saber em nome de quem. O testamento que existia contemplava os três sobrinhos por igual.

Mas é claro que o inspector já tinha a ideia segura sobre quem fora o culpado:

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A – O culpado foi o rapaz porque sabia que ia ser prejudicado na herança e ficou com a arma nas mãos para disfarçar.

B – O culpado foi o rapaz por que ficou em estado de choque, como ficam muitos assassinos ao ver o que fizeram.

C – O culpado é o primeiro homem porque não podia ter ido levantar um cheque do tio ao banco.

D – O culpado é o segundo homem porque não tem pés nem cabeça que saia de casa para ir comprar um medicamento e se esqueça do nome.

E pronto, amigo leitor, faça a sua análise do problema, veja qual é a solução que se enquadra correctamente, proceda à sua escolha e…

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Solução do autor: Publicada na secção POLICIÁRIO em: 11.Julho.1992

C – O culpado é o primeiro homem porque não podia ter ido levantar um cheque do tio ao banco.

O primeiro homem não poderia ter ido ao banco levantar um cheque porque afirma que não esteve mais de 15 minutos fora e no início do texto afirma-se que são 17 horas. Portanto, terá saído por volta das 16h45, muito depois dos bancos encerrarem (15h).



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