segunda-feira, 9 de julho de 2012

JARTURICE OU... JARTURADA - 9


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Problema # 0009


O INSPECTOR FIDALGO E O HOMEM DO BINÓCULO
Original de: Luís Pessoa
Publicado na secção POLICIÁRIO em: 9.Julho.1992

Havia sempre coisas estranhas a acontecer numa cidade grande e Lisboa não seria excepção, mas a verdade é que há vários dias nada havia de importante a assinalar e a monotonia se apoderava de todos.

O inspector Fidalgo levantou-se, visivelmente aborrecido, e vestia o sobretudo quando soou o telefone. Anunciando o quê? Fidalgo hesitou… Seria mais uma promoção de venda de posições em aldeamentos turísticos?... Atendeu.

- Por favor, venha depressa… É horrível!...

“Ah! Finalmente alguma coisa para fazer”, pensou, sem se aperceber sequer de que tal apelo esconderia algo de penoso e sofrimento ou mesmo morte… Não, nestes momentos não se pensa nesses pormenores mesquinhos, o que interessa é que há mistério no ar… E não se arrependeu de assim pensar, sorrindo levemente ao bater ruidosamente com a porta.

Na morada indicada não viu qualquer movimento suspeito, nem sequer a azáfama policial que se segue aos crimes, apenas e só um homem atarracado e nervoso, ostentando um binóculo ao pescoço, que cumpria um monótono ir e vir entre dois pontos imaginários.

- Senhor inspector?

- Sim, quem é você e qual é o problema?

- Eu observo tudo com os meus binóculos e assisti a um crime. A moça que mora aqui no terceiro andar foi assassinada e eu vi o criminoso, sei quem foi…

Ao entrar no quarto verificou que a moça era loura e bonita e fora morta com um tiro na nuca. O projéctil saíra pela boca da vítima e fora alojar-se na persiana, mesmo junto ao parapeito da janela, espalhando ali sangue e mais sangue.

- Eu não sei que dizer… Sei que não é muito bonito, mas gosto de espreitar as pessoas da minha janela e assisti ao crime que o namorado dela cometeu… Ela estava à janela, como de costume, quando o namorado apareceu, parecendo furioso. Discutiram e, quando ela lhe virou as costas, o tipo puxou de uma pistola e… Nem quero acreditar.

Identificado o namorado, não foi possível localizá-lo em lado nenhum, mas o inspector já sabia qualquer coisa…


A – O criminoso foi o homem do binóculo porque não podia estar à janela a espiar a moça nem os outros vizinhos.
B - O criminoso foi o homem do binóculo porque não podia ver a moça no quarto dela.
C – O criminoso foi o namorado e fugiu precisamente por saber que o iam acusar.
D – A moça suicidou-se e o homem do binóculo inventou tudo para dar nas vistas.

Como habitualmente, não esqueça a opção que tomou…


Solução do autor: Publicada na secção POLICIÁRIO em: 11.Julho.1992


B - O criminoso foi o homem do binóculo porque não podia ver a moça no quarto dela.


Se o tiro foi desferido do quarto, como se verifica, se o projéctil se alojou na persiana mesmo junto ao parapeito, é porque a persiana estava descida. Logo, não era visível do exterior, nem com binóculos. O sangue espalhado pela persiana ainda mais reforça esta ideia.









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