quinta-feira, 2 de agosto de 2012

JARTURICE OU... JARTURADA - 33


Problema # 28


O INSPECTOR FIDALGO E A CHUVA DAS CINCO


Original de: Luís Pessoa Publicado na secção POLICIÁRIO em: 2.Agosto.1992


Era curioso como o tempo estava regular, quase cumprindo horários, dia após dia, naquele mês de Maio.

Na verdade, há quase duas semanas que fazia um bom tempo da parte da manhã, quase convidando a uma escapadela até à praia, para depois turvar o céu, deixando cair alguma chuva, lá para as cinco horas da tarde, para logo parar, fazendo brilhar de novo o sol. Era estranho e as velhas já anunciavam o fim do mundo!

O inspector Fidalgo detestava aquela incerteza. O que ele queria era saber como havia de sair. Se tivesse de chover, pois que chovesse a bom chover, se tivesse de fazer sol, que brilhasse como devia ser…

Naquele dia, teve de se deslocar a Cascais, onde numa vivenda debruçada sobre o mar morrera um conhecido médico. Ao chegar, foi recebido pelo seu colega Barros, que passava por perto quando tudo se deu.

A história conta-se depressa: Por volta das 18 horas, ouviu-se um tiro no escritório e, quando todos os presentes na casa acorreram, viram que a porta estava aberta e no centro do compartimento jazia o doutor Severino, atingido por uma bala no meio da testa. A janela estava aberta e dava para o quintal, impecavelmente tratado a todo o comprimento da casa e até ao limite do terreno, mais precisamente até ao muro que vedava a propriedade. Tinha chovido com abundância e todo o terreno estava liso, deixando ver a terra negra, no intervalo dos canteiros recheados de belas flores, de todas as cores… Uma beleza.

O que não era nada belo era o espectáculo para dentro da janela, com o corpo do doutor deitado por terra.

Interrogados os principais suspeitos, de dentro da casa, declararam que estavam na sala ao fundo do corredor quando ouviram o estampido. Correram para lá e só viram o cadáver. Ninguém se lembrou de ir à janela, tal foi o choque. Só o Tonecas, primo do doutor, não estava com os outros, porque tinha ido à casa de banho, que ficava mesmo ao lado do escritório, e, quando ouviu o tiro, não pôde ir imediatamente porque estava ocupado nas suas funções fisiológicas, mas sentiu alguém a passar a correr pelo lado de fora da janela. Não pôde ver quem era porque a casa de banho tem vidros fumados, mas viu o vulto a passar, correndo, possivelmente para entrar em casa pela porta das traseiras.

O inspector pensou um pouco… Não havia qualquer caminho em torno da habitação, só terra e canteiros de flores…



A – O vulto que fugiu pelo quintal era o do primo do doutor e, portanto, foi ele o assassino.
B – O vulto era um estranho, que disparou e se escondeu no meio das flores para depois fugir.
C – Não havia qualquer vulto e o primo da vítima mentiu para dar nas vistas e chamar as atenções, porque foi suicídio.
D – Não havia vulto nenhum e o criminoso foi o primo da vítima.

Leia bem o problema, escolha a solução e assinale-a, se assim quiser, no cupão que hoje mesmo publicamos e que servirá para os problemas de hoje até quinta-feira. Assim, nesse dia já tem tudo pronto para nos enviar, sem ter de aguardar pelo cupão de sexta-feira
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Solução do autor: Publicada na secção POLICIÁRIO em: 11.Julho.1992


D – Não havia vulto nenhum e o criminoso foi o primo da vítima.


Só o Tonecas não estava com os outros, refugiando-se na casa de banho. Não podia ter visto vulto nenhum porque a terra estava molhada e lisa, pelo que teria de haver pegadas. Só podia ser a hipótese D.

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