sábado, 25 de agosto de 2012

JARTURICE OU... JARTURADA - 56


A H P P P
ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA 



É verdade, Amigos!
Que bom se fosse verdade, o Inspector Fidalgo ir hoje a um "CONVÍVIO POLICIÁRIO".
Lá estaríamos todos a trocar abraços!
Que saudades do "Johnny Hazard", do "Detective Misterioso", da "Pal", do "Sete", do "Dic Roland", do "Repórter Mistério", do "Inspector Varatojo", que não era habitual como os OUTROS, mas que abracei em alguns.
Só quis relembrar alguns (dos que me lembrei) dos que já nos deixaram, mas deixo espaço para que vocês se juntem à Homenagem, relembrando-me os que não me ocorreram. Eles estão ainda conosco,
e estarão juntos, em convívio eterno... esperando por nós. Que seja longa a Vossa espera, saudosos AMIGOS. 
Abraços do Jartur 



Problema # 47
O INSPECTOR FIDALGO VAI A UM CONVÍVIO POLICIÁRIO
Original de: Luís Pessoa
 Publicado na secção POLICIÁRIO em: 25.Agosto.1992

Como acontecia todos os meses num passado mais ou menos recente, os convívios policiários faziam parte da vida de qualquer policiarista. E o inspector Fidalgo, sempre que podia, lá ia, estrada fora, para o Porto, Famalicão, Aveiro, Figueira da Foz, Coimbra, Viseu, Torres Vedras, Santarém, Lisboa, Almada, Évora, Portimão, etc… E em todos revia amigos e conhecidos novos.
O inspector Fidalgo interrogava-se como tinha sido possível perder o rumo de todos esses convívios, tendo muitos desaparecido e outros… lá iam subsistindo à custa de muita carolice.
- Não será verdade que o PÚBLICO Policiário pode dar uma boa ajuda, promovendo esses mesmos convívios?
O inspector Fidalgo imaginava-se no centro de um convívio, algures neste país, promovido e publicitado pelo PÚBLICO Policiário, onde compareciam dezenas de confrades, da velha e nova guarda, em são convívio, antes, durante e depois de um bom almoço. Falava-se de policiário, de projectos, de torneios, desta ou daquela questão que levantou dúvidas, todos falavam com todos…
E chegava o momento dos digestivos, testes e problemas policiários para todos em conjunto, mas cada um por si, claro está, resolverem. E o problema policiário rezava assim:
“Um qualquer tipo estava sentado a uma secretária, com as costas voltadas para a porta, quando ouviu um ruído atrás de si. A princípio não ligou, tal a atenção com que estava no seu trabalho, mas, perante a insistência, voltou a cabeça, dando de caras com um índio, impecavelmente vestido, a que não faltava sequer uma fita na cabeça onde se prendiam duas penas…
Foi um choque terrível… Seria possível que aquela personagem tivesse saído da história que estava a escrever? Foi então que se ouviu um grito… a que se seguiu um imenso silêncio…
Só no dia seguinte se descobriu o corpo do pobre escritor, com uma faca espetada em pleno peito… Havia pegadas no chão, (porque lá fora chovia) até à porta… Sim, eram sapatos índios, vulgo “mocassins”. A certeza da sua pontaria não determinou que tivesse de se ir certificar da morte da sua vítima… Não havia dúvidas, atirara a faca com pontaria certeira…”
O “Sete de Espadas”, o “Jartur”, “O Gráfico”, o “Detective Invisível” e o “Detective Misterioso” (infelizmente já falecido, quando se preparava para se deslocar para um convívio – a nossa homenagem!) riram-se de imediato, perante a perplexidade de alguns, sendo acompanhados por muitos outros, “Mycroft Holmes”, “Mota Curto”, “Henry”, “Ric Hochet”, “Donald Lam”, “Livau”, “Becas”, “Ubro Homet”, “Delgas”, “Pal”, “M. Lima”, “Xek-Brit” e tantos outros que a memória atraiçoa… É que havia um erro terrível no problema.

A – Um índio nunca podia aparecer assim, nem que se tratasse de um sonho.
B – Nenhum índio atira a sua faca, antes a iria espetar directamente no corpo da vítima.
C – Os sapatos de um índio nunca deixariam marcas no chão, porque os índios têm truques para nunca deixar pegadas, mesmo que passem por cima de lama ou chuva.
D – Uma faca atirada daquela maneira nunca poderia provocar a morte da forma que o fez.

Este problema constitui uma singela homenagem a uma instituição que teremos de reconstruir e pôr em marcha, desta vez sob os auspícios do PÚBLICO: os convívios policiários! Vamos estudar o assunto. 

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Solução do autor:                                           
Publicada na secção POLICIÁRIO em: 29.Agosto.1992

D Uma faca atirada daquela maneira nunca poderia provocar a morte da forma que o fez.
A vítima apenas voltou a cabeça, como se diz claramente no texto, portanto não podia ser atingido em pleno peito por uma faca atirada pelo índio. Repare-se que nos é dito que não houve aproximação ao corpo…

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