quarta-feira, 22 de agosto de 2012

UMA "PÉROLA" DO JARTUR E DA AHPPP



Secção de problemas policiais, publicada no jornal “DIÁRIO POPULAR”
                                                                                                    
23.Dezembro.1961 / 14.Janeiro.1966

Em 23 de Dezembro de 1961, como se de um presente de Natal para os “sherlocks” portugueses, se tratasse, o jornal de Lisboa «DIÁRIO POPULAR», no seu suplemento “Sábado Popular, iniciou a publicação de um novo espaço policiário, sob o cabeçalho: O LEITOR RESOLVE O CRIME…
Essa secção, que ainda não tinha visto em anteriores exemplares deste suplemento, mas cujo título já encontrara noutras publicações congéneres, seguia-se a outras rubricas, também de âmbito policiário, ali publicadas, que já temos preparadas - ou em vias disso - para anexar ao nosso ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA.
Aquele problema, foi antecedido pelo texto que reproduzimos abaixo, o qual dá a entender ser aquele o primeiro caso da série. E a mesma nota acompanhou, pelo menos, uma meia dúzia problemas iniciais.

Neste novo tipo de problemas policiais é o leitor quem resolve o crime. Por isso, quando se lê: Você chega ao local… O detective volta-se para si e explica… Você atende ao telefone, etc., esse «você» ou esse «si» dizem-lhe respeito, caro leitor. E agora, deixamo-lo resolver o crime…

Temos já algumas dezenas desses problemas tratados para os ficheiros do nosso arquivo, mas queremos desde já assinalar a sua existência, oferecendo-vos, com muita dedicação e amizade, o problema publicado – faz hoje 48 anos – em 22 de Agosto de 1964.

O «DIÁRIO POPULAR», sempre prestou muita atenção à Literatura Policial, na generalidade, publicando folhetins, contos, novelas, histórias desenhadas, e problemas do mesmo âmbito.
Mas a secção de que vos escrevo hoje, manteve-se, com aceitável regularidade – por vezes alternado com outras – até 12 de Junho de 1965, e com menos regularidade, inserida quase esporadicamente, até à última que localizei, em 14 de Janeiro de 1966.
Voltarei à sua história!

Entretanto, como o prometido é devid®o, aí vai o envio especial anunciado.
  
              Jartur Mamede



                                             
CIRCUITO PARTILHADO *         
*Quando os problemas estejam publicados sem título, como é
 o caso deste, nós dar-lhe-emos um, para melhor identificação.                   
                                                                                                                                 
Publicado no «Diário Popular» em 22.08.1964
        
O seu amigo, o chefe da Polícia Jack Henderson, conta-lhe alguns factos que conseguiu reunir sobre o seu último caso.
- Este indivíduo, Tom Brent, é solteiro e vive sòzinho numa pequena vivenda, situada numa vila dos arredores – começa por dizer o chefe Henderson. – Possui um carro descapotável moderno, come quase sempre fora e tem poucos amigos. O telefone dele, que raramente usa, está ligado ao mesmo circuito de três habitantes da vila. Um deles é Silas Whitson, uma viúva de 60 anos, que vive a cerca de quilómetro e meio de Brent. Outro é Pat Duncan, de 44 anos, que mora do outro lado da rua onde Brent reside. A terceira pessoa é Ruth Crawford, professora de educação física no liceu local, que habita numa casa separada da de Brent por três quarteirões de prédios.
Tom Brent tem sempre mostrado sempre fraqueza pelo jogo e muitas vezes está cheio de dívidas. Há duas noites, uma das nossas patrulhas encontrou Brent caído em frente da sua garagem, com o crânio fracturado. A princípio, pensou-se que ele não pudesse sobreviver, mas, algumas horas depois de ter sido conduzido ao hospital, recuperou a consciência e conseguiu dar-nos um relato bastante coerente do que lhe tinha acontecido. Segundo contou, recebera uma chamada telefónica de Doug Standish, proprietário do Royal Casino. Standish ligara para sua casa por causa de quinze mil escudos que Brent lhe devia – dinheiro esse que ele tinha perdido ao jogo, no casino – comunicando-lhe que precisava imediatamente do dinheiro. Brent respondeu-lhe que tinha, por acaso, aquela quantia em sua casa e que a iria levar imediatamente ao casino. Brent disse que, passados três minutos após ter recebido o telefonema, saíra de casa com o dinheiro no bolso. Ao chegar à garagem, fora agredido na nuca – e era tudo o que se lembrava.
- E foi só isso que conseguiu saber? – pergunta você a Henderson.
- É tudo o que sei, responde ele – responde ele abanando pensativamente a cabeça. – Interrogámos todos os vizinhos de Brent, sem resultado. Mas quem é que poderia saber, além do próprio Brent e de Doug Standish, que ele levaria todo aquele dinheiro?
Você interrompe-o, exclamando:
- E em relação às pessoas que tinham o mesmo circuito telefónico que Brent?
- Sim, os suspeitos acabaram por se reduzir a esses – concorda o chefe – mas qual?
- Muito fácil – respondeu você. – Ora vamos lá interrogar o nosso suspeito.
De quem suspeita você?         

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SOLUÇÃO

            De Pat Duncan, uma vez que é ele o único que podia ter escutado a conversa telefónica de Brent com Doug Stanlish  e ter tempo para chegar a cxasa de Brent em apenas 3 minutos.

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