domingo, 17 de março de 2013

POLICIÁRIO 1128



RESOLVIDO O MISTÉRIO DA CARTEIRA DESAPARECIDA!


Enquanto esperamos pelos primeiros resultados classificativos, que não vão tardar e que serão publicados, recordamos, no blogue CRIME PÚBLICO, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario, vamos conhecer as soluções que os respectivos autores dão aos enigmas que compuseram a prova n.º 1:


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2013

SOLUÇÕES DA PROVA N.º 1

 PARTE I
O MISTÉRIO DA CARTEIRA DESAPARECIDA – Original de TRYIT


A coisa principal que não joga bem é a questão da chuva. Se tudo se passou como é dito e não foi desmentido, choveu durante todo o jogo, sem parar e o João não tinha guarda-chuva, portanto tinha de estar completamente encharcado, já que não chegou a entrar em casa, ao que afirma, porque a mulher tinha ido visitar a mãe e ele esqueceu-se da chave.
Assim sendo, o casaco não poderia estar muito bem tratado e cuidado como é afirmado, mas sim amachucado, amarfanhado, completamente encharcado.
Também ficamos a saber que não era esse o caso porque o casaco foi depositado na mesa do bilhar, entre os dos amigos, um em baixo, outro em cima, o que faria com que estes também ficassem molhados pelo contacto, se ele estivesse efectivamente encharcado.
Portanto, o João não tinha a carteira, nem as chaves com ele, porque o casaco não era o mesmo que ele levou ao futebol. O Tropas confirmou que o João pagou as bebidas no campo de futebol, portanto tinha a carteira com ele. Logo, ele passou mesmo por casa ou por algum local onde trocou de casaco, deixando a carteira, provavelmente para não ter de pagar as bebidas no café.


PARTE II
UMA FESTA DE ARROMBA! – Original de I. F.


Resposta correcta: C – A Menina C porque se lembra de tudo tão bem, mas mente naquilo que diz.
Pelo texto verifica-se que esta investigação é feita muito tempo depois das ocorrências porque o próprio agente acha ridículo que o chefe quisesse esclarecer o caso tanto tempo depois.
A cena passa-se no dia em que todos os algarismos mudaram e isso só aconteceu, no último milénio, na viragem do ano 1999 para 2000, altura em que a Menina C afirma ter vasculhado os bolsos dos seus parceiros de folia, para conseguir reunir os euros necessários para pagar a conta, já que o multibanco do bar não estava operacional.
Esta afirmação, proferida no momento da inquirição pelo agente poderia fazer todo o sentido, muito tempo depois da ocorrência, mas naquela altura a moeda que circulava ainda era o Escudo. O Euro apenas entrou em circulação em Portugal no dia 1 de Janeiro de 2002. A Menina C poderia ter vasculhado para reunir os Escudos, mas não os Euros.


COMENTÁRIO

Num problema maneirinho, com um grau de dificuldade relativamente reduzido, foram produzidas soluções de bom nível, se bem que, em certos casos, elaboradas de forma anárquica.
Na verdade, os novos “detectives” mostraram alguma dificuldade na elaboração dos seus relatórios, o que é perfeitamente natural, face à sua inexperiência. De qualquer das formas, genericamente, os resultados foram muito bons.

O primeiro aspecto a ter em conta é o da correcta interpretação dos dados fornecidos, em que praticamente todos estiveram muito bem. Depois, foi a questão da transmissão das conclusões retiradas, em que muitos confrades sentiram algumas dificuldades.
 Embora correndo o risco de nos repetirmos, queremos relembrar os nossos confrades que um problema policiário é como um organismo vivo, que tem de ser compreendido e estudado, para depois lhe podermos dar o alimento necessário para a sua solução plena. Nunca uma resposta dada depois de uma leitura precipitada conduziu a bons resultados. Daí que se torne indispensável que o texto seja convenientemente lido, numa primeira fase, para entendimento da globalidade da história que está a ser apresentada. Depois, há que fazer uma nova leitura, desta feita mais pormenorizada e às parcelas, por exemplo, parágrafo a parágrafo, anotando numa folha de papel os aspectos que possam ser relevantes para a solução, incluindo as consultas a fazer, para esclarecimento das dúvidas.
Inicia-se, então, o trabalho de trazer ao problema a informação recolhida fora, na internet, em enciclopédias, em consultas pessoais, etc.
Uma vez de posse da estrutura geral dos dados fornecidos pelo próprio problema e daqueles que recolhemos nas nossas consultas, arquitectamos uma proposta de solução para o caso, com as justificações adequadas para todas as deduções.
Finalmente, há que fazer o teste, ou seja, partir da solução que encontrámos e testá-la em todos os passos, para termos a certeza que não há espaço para outras interpretações.
Outra questão relaciona-se com o que é necessário para ter a pontuação máxima e isso já tem a ver com a indicação de TODOS os pormenores incriminadores que cada problema apresenta. Não é suficiente chegar à solução com apenas um pormenor, se existem mais no problema. O dever de um “detective” é dar a quem vier a julgar o criminoso, todos os indícios que conduzam à sua condenação, mesmo que bastasse apenas um e só assim cumprirá correctamente a sua missão e terá direito aos 10 pontos em disputa.




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