domingo, 16 de junho de 2013

POLICIÁRIO 1141


DESVENDADO O MISTÉRIO DA ARMA DESAPARECIDA

Encontram-se já à disposição dos nossos leitores e “detectives” os resultados e pontuações obtidas na prova n.º 3 das nossas competições desta época, no blogue CRIME PÚBLICO, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario.
Lá poderão verificar as pontuações obtidas e fazer o ponto da situação para o que resta do Campeonato Nacional. De qualquer forma, queremos ressaltar o ainda elevado número de “detectives” que acumulam a totalidade dos pontos em disputa, o que indicia que vamos ter uma competição muito renhida, à semelhança, aliás, do que vem sendo habitual. E se alguns confrades afirmam que isso se deve ao facto dos problemas, até aqui, terem sido muito acessíveis, a nossa experiência diz-nos que há um maior cuidado dos “detectives”, que se traduz em melhor qualidade na feitura das propostas de solução.
Naturalmente, a competição vai tornar-se um pouco mais dura, à medida que avança no tempo e o número de totalistas vai reduzir-se, mas isso não invalida que cada qual faça o seu melhor, que cada qual encontre o seu desafio, a sua marca a obter. Num campeonato apenas um poderá ser campeão absoluto, mas cada um de nós pode e deve ser o “campeão” do seu próprio campeonato, com a ambição de se chegar mais à frente e no futuro, quem sabe, como produto dessa contínua evolução, chegar a número um!
Entretanto, vamos verificar como a dupla A Raposo & Lena deu solução aos seus enigmas que compuseram a prova n.º 4:

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2013
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 4 - de A. RAPOSO & LENA

PARTE I – “TEMPICOS E O BACALHAU À PRESSUPOSTO”

Para se chegar à solução é preciso ordenar os factos enumerando-os:
1º- Análise das balas, das cápsulas e calibres em função das armas da panóplia.
2º- Análise das datas das ocorrências, local da acção, controle das horas e situação meteorológica.
3º - Conclusões.
Analisemos o ponto 1:
A bala que ficou na cabeça da vítima, matando-a, era de calibre 6,35 mm e a que se retirou do muro de 9 mm. Não se encontrou cápsula junto ao corpo.
Das armas da panóplia só uma tem falta de munição e corresponde à que foi encontrada no murete, ou seja, a que tem de calibre 9 mm.
As restantes três armas estão carregadas inclusivamente a que tem o mesmo calibre da que atingiu a vítima.
Conclusão: A arma que disparou e matou o capitão desapareceu, bem como a respectiva cápsula. Recordemos que o capitão só limpava e recarregava as suas armas às terças-feiras e a acção decorre ao domingo. Logo, alguém levou a arma e a cápsula e meteu na mão do capitão uma das suas armas da panóplia. Logo, foi crime e não suicídio.
Análise do ponto 2:
Se a porta da rua estava fechada à chave quando Tempicos chegou e foi a velhota com a sua chave que a abriu, conclui-se que alguém que possuísse a chave da porta teria encenado o “suicídio”, sabendo que a velhota levaria o seu tempo a descer as escadas o que lhe daria tempo para colocar na mão do morto a arma, que teria já retirado da panóplia. Depois saiu, fechando à chave a porta da rua. Lembramos que eram 13,30h e o sobrinho Paulinho já saíra para almoçar.
A acção decorre na Primavera. O “jejum da carne” mencionado sugere que os factos ocorreram na semana santa e o crime no domingo de Páscoa. Dia 31 de Março de 2013.
Nessa altura o Benfica tinha 4 pontos de avanço na tabela sobre o Porto. E foi naquele ano que Francisco foi entronado Papa.
Este dia foi de franca invernia. Os jornais do dia seguinte afirmaram que houve na Grande Lisboa chuvas fortes, vento e frio. Justifica-se Tempicos sair de casa com gabardina e chapéu mole.
Suspeitos e conclusões, no ponto 3:
O sobrinho Paulinho tem álibi que Tempicos confirmou. A velha governanta não tem álibi, mas também não tem vantagem na morte do patrão. Não herda e arrisca-se a perder o emprego.
O sobrinho Luizinho mente ao afirmar que esteve no jardim quase duas horas a ler o jornal e a observar as crianças a brincar e os velhos a jogar às cartas. Com o temporal não haveria ninguém que aguentasse manter-se no jardim tanto tempo.
O facto de o sobrinho mentir só por si não prova a sua implicação no caso mas investigações da polícia e inquéritos bem conduzidos encurralariam o criminoso e levariam à confissão. É para isso que serve a polícia, partir da investigação de um mentiroso e chegar ao criminoso conseguindo a confissão, antes do julgamento.

PARTE II – O AMIGO BENEVIDES

Solução correcta: C - SIMÃO
Neste problema encontramos três indícios básicos que ligados induzem à descoberta do caso:
1º A palavra pouco corrente “zelote” encontrada no texto como pertencente ao sobrinho malandreco.
2º O facto de Benevides ser um reputado e reconhecido conhecedor de arte antiga e afirmar que comunicava por analogias.
3º O Leonardo que aparece na história como o que afirma que “ele” é o último da direita
A palavra “zelote” é sinónimo de falso mas também indicia um grupo de indivíduos judeus do tempo de Cristo, que se opunham a Roma.
No quadro do Leonardo da Vinci – o fresco conhecido pela última ceia, tem ao fundo, à direita, SIMÃO, o zelote.
Leonardo da Vinci não se limitou a pintar a “Ultima Ceia”, fez vários estudos prévios dos apóstolos e inclusivamente desenhou as figuras e assinalou os respectivos nomes.
Tudo se encontra na internet. Basta fazer a busca…
Para a solução do nome do sobrinho que Benevides sabe que o quer liquidar, terá que se indicar o nome C) Simão.
Chega-se lá, como diria Hercule Poirot, juntando os três fios à meada.







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