domingo, 15 de setembro de 2013

POLICIÁRIO 1154



TRÊS JUSTAS HOMENAGENS

O Policiário deve muito a Sete de Espadas, como grande responsável por estarmos aqui, mas não esquece outros vultos enormes, a quem muito devemos pela sua dedicação, entusiasmo e riqueza humana que espalharam à sua volta:


DET. MISTERIOSO

Foi num domingo em que se levantou mais cedo para não falhar mais um convívio policiário, na cidade de Torres Vedras – que desapareceu do nosso convívio um dos vultos mais carismáticos do policiário nacional, o confrade Detective Misterioso, de Cacilhas.

Assim se referia ao facto o mestre M. Constantino na sua obra monumental “O Grande Livro da Problemística Policiária”, edição da Associação Policiária Portuguesa, num texto evocativo da figura deste nosso confrade excepcional, com o título “Perda Irreparável”:

“ Quase a findar o ano, quando se preparava para, mais uma vez, comparecer no Convívio Anual de Torres Vedras, exactamente na madrugada de 24 de Novembro de 1990, faleceu um dos mais activos mestres da Problemística Policiária Portuguesa: Domingos Prata Rodrigues, o Detective Misterioso.
É uma perda irreparável... Exímio decifrador, área em que destacou a pontos de ser considerado quase imbatível, foi igualmente produtor de mérito, contista, fundador da Tertúlia Policiária de Almada, destacava-se, sobretudo, como Campeão na Modéstia, na Camaradagem, na Amizade!”.

É este vulto importante da nossa história policiária, com quem tivemos a felicidade de conviver inúmeras vezes ao longo de muitos anos, um pouco por todo o país onde os nossos convívios chegavam, que homenageamos singelamente, com a atribuição do seu nome ao troféu que premeia o n.º 1 do Ranking.




DIC ROLAND

Este nosso confrade apareceu no Policiário com a nossa secção. Leitor do PÚBLICO desde o primeiro número, como fazia questão de frisar, cedo foi atraído pelos desafios policiais e desde logo neles se embrenhou.
Com uma vida riquíssima e cheia de episódios, de que se destacam os passados na Índia, onde chegou a ser comandante da polícia em Goa, até à sua fixação junto de Castelo Branco, onde era gerente de uma unidade hoteleira, nos primórdios da sua participação no Policiário, tendo depois passado pelo Fratel, até se fixar em Vila Nova de Santo André, Dic Roland era, podemos dizê-lo sem exagero, um “Cavaleiro Andante” do Policiário, percorrendo o país de lés a lés, para onde houvesse um acontecimento, fosse ele qual fosse.
Dic Roland vivia o “seu” Policiário com uma intensidade única e eram inúmeros os telefonemas para nos dar a conhecer factos erradamente transmitidos, ou gralhas que alteravam o sentido das coisas, ou a confirmar o envio das soluções dos enigmas…
O seu apurado gosto pelo convívio ficou sempre amplamente documentado nas realizações em que se empenhou. Na estalagem junto à Barragem do Fratel, de que era gerente na altura, com almoço e passeio por Nisa, na companhia do Presidente da Câmara da vila alentejana e visita das termas da Fadagosa. Nos convívios do litoral alentejano, já a partir de Santo André, onde fundou uma tertúlia, com os confrades Vilnosa e Sinid Agiev e que tinham sempre uma componente cultural e lúdica a não desprezar. Houve safaris no parque temático Badoka Park; houve buscas nas praias do litoral alentejano, à procura da prova necessária para a decifração de mais um caso; houve visita às ruínas da cidade romana de Miróbriga, em Santiago do Cacém…
Dic Roland foi um “detective” completo: Foi campeão nacional, conquistou a Taça de Portugal, foi policiarista do ano, comandou o ranking, esteve em todos os acontecimentos importantes da nossa história, foi um mestre na arte de saber conviver.
Realmente, anos volvidos sobre o seu desaparecimento físico, em 9 de Agosto de 2006, cada vez notamos mais a sua ausência, sinal evidente que a sua marca ficou presente, quer em todos os que o conheceram e com ele privaram, quer naqueles que apenas tiveram oportunidade de lerem os seus problemas ou soluções.



K.O.

No Policiário, nunca esquecemos os nossos. Queremos conhecer as pessoas, queremos ter um rosto associado a cada pseudónimo, queremos que todos os leitores e concorrentes sejam, também, confrades, companheiros de viagem, que partilhem connosco o prazer de decifrar enigmas e de conviver.
KO, Arlindo Matos, lutou bravamente contra a doença que o minava até sucumbir no dia 24 de Agosto de 2007, quando o confrade e Amigo Nove nos transmitiu a dolorosa - e já esperada – notícia.

Conhecemos o K.O. logo no início deste nosso espaço, no ano de 1992. Era já um policiarista antigo, que andara por muitos dos acontecimentos mais marcantes da nossa actividade e que naquele momento regressava “a casa”, à sua casa Policiária.
Decifrador de elevada craveira, entusiasta do Policiário, desde logo se destacou pelas soluções elaboradas que produzia.
Vencedor por natureza, K.O. acumulou títulos e prémios, espalhou a sua simplicidade, simpatia e entusiasmo por todos os locais por onde o Policiário passou, deixando um rasto de admiração pelas suas qualidades, muito bem secundado pela sua inseparável mulher, a D. Isaurinda, sua verdadeira “alma-gémea” em tudo, sendo difícil encontrar duas pessoas tão completas, tão interessadas com o bem-estar de todos à sua volta!...
O exemplo do confrade K.O., na busca da perfeição, na procura do tal pormenor que fazia a diferença, que o conduziu aos lugares mais cimeiros das nossas classificações, é hoje plenamente actual.
O K.O., presença assídua e constante em todos os acontecimentos policiários, com a sua “metade” Isaurinda, pertence ao restrito número dos nossos Maiores e será recordado pelo seu exemplo de luta, também contra a doença que o minou. Poucos dias antes de falecer, telefonou-nos para saber se passara uma eliminatória da Taça de Portugal! O “nosso” K.O. esteve connosco até encerrar este capítulo da sua vida, sempre na convicção de poder vencer a doença. Lutador até ao fim! Em tudo na sua vida, onde o Policiário, sempre soubemos, desempenhou um papel importante.


3 comentários:

Anónimo disse...


Três grandes, enormes nomes do policiário. Não os esquecendo-o continuamos a honrar a sua memória e a comprovar que somos de facto uma Família.

"Inspector Aranha"

Anónimo disse...

Está-nos no ADN de policiaristas honrar a memória dos nossos colegas e amigos que saíram do nosso convívio mas não da nossa saudade...
Um abraço

Anónimo disse...

Só hoje tive conhecimento destas três justas homenagens por isso só hoje me me Associo a elas.
Ao relembrar hoje estes quatro enormes nomes do nosso passatempo não pude deixar de recordar com
imensa saudade outros não menos importantes

Rip Kirby