sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

JARTURICE 022

     
                                           PROBLEMAS POLICIAIS – 25 - # 022
                                                         
                                                 # 4143 – 17.04.1954

        
  
       Ao entrar no camarim de Hilary Mantell, o famoso actor inglês, o professor Fordney lançou um olhar observador ao espelho estilhaçado do toucador, fronteiro à porta do camarim, e passou a examinar o cadáver de Gerald Hooper, findo o que resolveu dedicar a sua atenção à arma que se encontrava sobre o tapete e a um pesado boião de creme que estava a um canto do camarim, também partido.
         Dois guardas permaneciam à porta do camarim que se fechou, logo que entraram o Professor, o Inspector Kelley e o Doutor Lyman.
         Enquanto o médico procedia ao exame do cadáver, Kelley interrogava Mantell que passeava nervosamente pelo camarim.
         - Que azar o meu! – dizia o actor. – Não consigo compreender por que razão, aquele desgraçado me queria matar. É certo que ele era um bom actor e que o papel para que fui escolhido podia muito bem ser desempenhado por ele.
Mas que culpa tenho eu de que os empresários me tenham chamado a mim e não a ele? Eu não podia recusar-me a desempenhar o papel só para lhe não ferir as susceptibilidades, não lhe parece?
         - Claro, claro. - secundou Kalley – Continue. Como se passaram as coisas?
         - Bem, a porta do camarim estava fechada e eu estava sentado em frente do espelho a caracterizar-me, para entrar em cena. De súbito, senti uma bala zunir-me aos ouvidos. Dei um salto e foi então que vi o Hooper atrás de mim. Atirei-me a ele antes que tivesse tempo de disparar outro tiro e, durante a luta, a arma caiu para o chão. Corri a apoderar-me dela, claro. Entretanto, Hooper levantara-se e, pegando naquele pesado boião de creme, fez menção de mo atirar à cabeça. Num movimento instintivo, aterrado, premi o gatilho da arma e matei-o. Fi-lo em legítima defesa, como vêem! Era uma questão de matar ou morrer! Se ele conseguisse acertar-me com o boião, eu perdia os sentidos e ele depois liquidava-me. Matei em legítima defesa, não lhes parece?
         Fordney, que ouvira a história sem dizer palavra, comentou:
         - Se as coisas se tivessem passado como você diz, é possível que conseguisse convencer o tribunal de que agiu em legítima defesa. Mas assim, não há a mínima esperança!
        
         Porque razão não acreditou Fordney em Mantell?

                    Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso

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Solução do problema # 21
(Diário Popular # 4136 – 10.04.1954)

       O detective Ronson dissera a Fordney que o cadáver tinha estado dentro de água pelo menos durante quatro dias. Contudo, o corpo que haviam examinado no Necrotério, tinha a cabeça coberta de sangue. É evidente que, se tivesse estado dentro de água durante alguns dias, a água teria removido o sangue.


    Jarturice-022 (Divulgada em 23.Janeiro.2015)




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E
APRESENTA: JARTUR (Mr AHPPP)
jarturmamede@aeiou.pt

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