segunda-feira, 13 de abril de 2015

JARTURICE 102

PROBLEMAS POLICIAIS – 105 - # 10
          (Diário Popular # 4822 – 10.03.1956)
                
Transpirando e resmungando, o inspector Mitchell, da Scotland Yard, extraiu a bala incrustada na parede, alguns centímetros à esquerda de um retrato em tamanho natural representando «Sir» Dean Haddock. O retrato do fundador de Haddock Hall revelava estatura elevada, porte aristocrático e uns olhos azuis de expressão grave que pareciam observar os ocupantes do escritório.
        O professor Fordney encontrava-se no meio da sala, tendo na sua frente o cadáver sentado numa cadeira, com o busto curvado para a frente e o queixo encostado ao peito. O morto era «Lord» Gaston Haddock, actual senhor do castelo. Uma bala, que lhe penetrara na testa, entre os olhos, tinha atravessado o cérebro, saindo pelo outro lado.
        O criminologista, imóvel, estudava todos os pormenores da posição do cadáver, até que, finalmente, tudo se lhe fotografara na memória bem treinada. Antes de se voltar para a janela aberta, relanceou a vista para os olhos graves do retrato, um pouco acima do morto, e pareceu-lhe que aquele olhar continha uma advertência.
        - Estávamos sós em casa – explicou Arthur, primo de «Lord» Haddock e seu herdeiro, em resposta a uma pergunta de Fordney. – Por volta das nove e um quarto, bati à porta do escritório de Gaston e ele convidou-me a entrar. A sua voz soava estranhamente, como que tensa… e, eu fiquei assustado. Ouvi uma detonação e abri imediatamente a porta. Quase desmaiei ao ver…
        - Nada foi mexido nesta sala desde esse momento? – perguntou Fordney.
        - Não, senhor. Nem sequer aqui entrei. Servi-me do telefone lá de baixo para prevenir o médico e a Polícia. Estava demasiado nervoso para voltar para aqui antes da vossa chegada.
        - Arthur Haddock – disse calmamente Fordney, erguendo o queixo do cadáver uma vez mais e pegando depois na pistola automática que lhe repousava nos joelhos – o senhor mente!

        Como soube o Professor que Arthur mentia?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 101
(Diário Popular # 4815 – 03.03.1956)

Se Musser tivesse estado a ler no seu escritório, em frente do fogão aceso, a claridade teria sido vista pelos homens do posto de vigilância fronteiro à casa. Como isso não sucedeu, Fordney concluiu que Musser não estivera a ler, como dissera, mas sim ausente de casa. Musser mentira porque (soube-se depois) era um espião ao serviço dos alemães, competindo-lhe assinalar os objectivos a atacar.

  Jarturice-102 (Divulgada em 13.Abril.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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