terça-feira, 21 de abril de 2015

JARTURICE 110

PROBLEMAS POLICIAIS – 113 - # 110
                           (Diário Popular # 4898 – 26.05.1956)                                          
        Eram duas horas da madrugada. Chamado à pressa a uma encantadora propriedade situada nos arredores da cidade, o inspector Fauvel não estava nada de bom humor. Antes pelo contrário… Mas era preciso investigar… Que se passara?
Entre a meia-noite e a uma hora e um quarto, alguém havia roubado um magnífico quadro de Corot que estava na sala da biblioteca dos Lemercier.
        Maquinalmente, ao atravessar a sala, o inspector pegou no auscultador do telefone. «Não funciona, inspector» - disse Roger Lebrun, um amigo dos donos da casa que, com outros convidados, tinha ido passar o fim-de-semana à propriedade dos Lemercier. «o fio do telefone foi cortado lá fora»…
        Tinha sido Angeline Massot – explicou – quem dera pela desaparição do quadro. «Vivemos um verdadeiro ambiente de romance policial» - disse, sorridente, outro convidado, Paul Lefranc. «E para a coisa ser completa, o ladrão deve ser até um de nós» - acrescentou ele, lançando um olhar divertido ao inspector, que, entretanto, verificara que o telefone realmente não dava qualquer sinal.
        Acompanhado de Arnault de La Ravière, único convidado que, àquela hora, ainda estava completamente vestido, com o mesmo fato com que chegara à propriedade dos Lemercier, o inspector saiu da casa e dirigiu-se ao parque. Com a sua lâmpada eléctrica, procurou descobrir o sítio onde os fios telefónicos haviam sido cortados. Por fim, encontrou o que queria.
        «Parece ter sido um belo trabalho de profissional»… - arriscou Arnault de La Revière.
        «Realmente é – concordou o inspector. – O homem muniu-se de uma boa tesoura para cortar os fios».
        Depois, acompanhado pelo mesmo convidado, voltou para dentro de casa.
        Lemercier estava em pijama, bem como Lefranc. Angeline Massot e Betty Roland, outra convidada, tinham vestido os seus roupões por cima das camisas de noite. Roger Lebrun estava também de pijama.
        O inspector esforçava-se por reunir todos os elementos possíveis para fazer uma boa investigação. E ouvia os donos da casa e os convidados.
        Angeline declarou que, não tendo conseguido dormir, se levantara e descera até à sala de biblioteca, cerca da uma hora e um quarto, para procurar um livro. Foi então que deu pela falta do quadro. Arnault de La Rivière estava ainda sentado a ler quando Angeline deu o alarme. E explicou que, não gostando de ler na cama, se habituara, desde novo, a pegar num livro, aqntes de se deitar, até lhe chegar o sono. Só então se despia e dormia. Quanto aos outros, todos dormiam à uma hora e um quarto – pelo menos foi isso que declararam. E nenhum deles havia saído de casa. Fora o criado quem chamara a polícia, indo telefonar a uma cabina pública.
        O inspector Fauvel, depois de um instante de reflexão, disse então voltando-se para os convidados:
        - Creio bem que o sr. Paul Lefranc tem razão. O ladrão é um de vós. Ele aí está!
        E, apontando para uma das pessoas do grupo, acrescentou:
        - É melhor explicar tudo…

                                             Quem era o culpado? E porquê?       
                  
 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

*  *  *  *  *  *









Solução do problema # 109
(Diário Popular # 4891 – 19.05.1956)

Se a arma tivesse estado enterrada quatro meses, o cano não estaria brilhante. Para dominar Burke, Clara desenterrara a arma após o crime, guardara-a e, mais tarde – cansada dele e com medo que ele a matasse, se ela o abandonasse – enterrou o revólver e foi à Polícia denunciá-lo.             

                                                                              
 Jarturice-110 (Divulgada em 21.Abril.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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