quarta-feira, 22 de abril de 2015

JARTURICE 111

                                               
 PROBLEMAS POLICIAIS – 114 - # 111


      (Diário Popular # 4905 – 02.06.1956)

«Foi aqui que ela desapareceu» - disse calmamente Hubert Dauret, mostrando um ponto da ribeira. Numa das margens, num local cheio de sombra, onde devia apetecer descansar em tardes quentes, duas canas de pesca estavam colocadas sobre a erva, perto de um cesto. Não tinham nem linha, nem anzol. De um ramo de uma árvore, pendiam uma saia e uma blusa.
«Minha mulher – continuou Hubert - tinha posto o seu fato de banho, esta manhã, antes de partir, por baixo do vestido, quando viemos para aqui. Quando acabámos de pescar, ela resolveu tomar um banho. Eu estava a desmontar as canas quando ela entrou dentro de água. Pouco depois ouvi Isabel gritar «Socorro, Hubert! – Não tenho pé!» - Ela não sabia nadar. Voltei-me rapidamente e vi-a a um metro da margem, pouco mais ou menos. Experimentei estender-lhe a mão, debruçando-me o mais possível, mas ela não a pôde agarrar. Então, desesperado, precipitei-me dentro de água exactamente no mesmo sítio em que ela entrara, esperando assim poder agarrá-la, mas acautelando-me para não cair no mesmo buraco. Apesar disso, estive quase a afogar-me. Voltei para a margem e tentei de novo chegar-lhe a mão. Não o consegui. Entretanto, completamente sufocada, ela mergulhou de vez e não voltou a aparecer. Corri à aldeia para pedir auxílio…»
A voz de Hubert continuava a ser grave e calma.
«Foi você quem bebeu isto tudo?» - perguntou o inspector Fauvel, apontando para uma garrafa de vinho, onde apenas se viam algumas gotas de líquido…
«Não. Eu só bebo água mineral. Foi a Isabel que bebeu ao almoço. Mas a garrafa só tinha dois copos de vinho, no máximo».
O inspector parecia reflectir. E, de repente, pronunciou estas palavras terríveis:
«Não existe, evidentemente, qualquer prova de que tenha sido você que afogou a sua mulher. Mas não julgue que, por esse facto, deixará de ser acusado e pronunciado. Disponho de elementos suficientes para o fazer. O juiz depois dirá se tenho ou não razão».

Por que suspeitou o inspector de Hubert Dauret? 

      (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

   *     *     *     *     *






Solução do problema # 110
Diário Popular # 4898 – 26.05.1956)

O inspector suspeitara de Roger Lebrun. Realmente, ele declarara que, à uma hora e um quarto, dormia e que, tal como os outros, não havia saído de casa. Ora, quando Fauvel agarrara no auscultador de telefone, ele disse-lhe que os fios tinham sido cortados «lá fora». Como é que ele o sabia? O telefone podia não funcionar simplesmente por estar avariado…
                                                                  

                                                                            
 Jarturice-111 (Divulgada em 22.Abril.2015








APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
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