quarta-feira, 29 de abril de 2015

JARTURICE 118

                                               

                             PROBLEMAS POLICIAIS – 121 - # 118
               (Diário Popular # 4953 – 21.07.1956)

       O agente de serviço explicava ao inspector Fauvel, que o escutava atentamente:
    - As coisas passaram-se assim: a jovem em questão desligou este telefone precisamente à meia-noite e dois minutos, depois de ter falado com o Comissariado a dizer que estava em dificuldade. Dois guardas saíram de lá num dos carros da Polícia um minuto depois. Entrámos no Teatro à meia-noite e sete minutos. Entretanto, três minutos antes, o guarda da noite fora ao camarim da bailarina e encontrara-a morta com uma bala no coração. O homem diz não ter ouvido a detonação, o que demonstra que a arma utilizada pelo criminoso era silenciosa. A porta do teatro que dá para o camarim estava aberta. Mas isso não será uma maneira de nos induzir em erro?
O inspector debruçou-se então sobre o corpo da linda bailarina Giséle Lermont, que estava tapado com um pano.
- Ora vejamos. – disse ele, depois de se ter levantado. - Sabemos já pelo proprietário do teatro – que parece fora de causa – que o empresário Warson e a sua secretária «Miss» Bryand, começaram a fazer as contas às 23 e 45 e que Warson reparou que, por se ter esquecido de lhe dar corda, o relógio parara às 23 e 52. Também sabemos que, em geral, Warson leva meia hora a fazer as contas e que, quando é a secretária sòzinha que as faz, leva uma hora. Mas foram os dois que as fizeram esta noite e sabemos que trabalharam rapidamente, pois ambos tinham que fazer. Ora, eles só se despediram do proprietário do teatro depois das contas feitas. E ele nunca deixou de os ver até essa altura.
Sabemos também que a bailarina foi assassinada entre a meia-noite e dois minutos – hora a que telefonou à polícia – e a meia-noite e cinco minutos, o mais tardar, pois também já sabemos que o guarda da noite tinha o relógio atrasado 25 segundos em relação ao dos agentes.
    Se acharmos que bastaram dois minutos a Warson e à sua secretária para irem ao camarim da bailarina, para a matarem e para fugirem, a primeira questão que se põe é esta: O empresário e a secretária podem ser responsáveis por este crime?

    O que teria o leitor respondido a esta pergunta do inspector Fauvel?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


                        *     *     *     *     *


            





Solução do problema # 117
(Diário Popular # 4946 – 14.07.1956)
           
O inspector Fauvel concluiu logo que havia sido um suicídio. Com efeito, quando chegou junto do «Pirata», ele pôde verificar que a escada de corda pela qual se subia estava guardada na ponte. Ora, se Rinassisos tivesse sido assassinado, o criminoso só teria podido sair do barco pela escada de corda – e então esta deveria estar estendida ao longo do costado. Não era nada provável que ele pudesse saltar da ponte do iate para o mar e, durante a noite, chegar à costa a nado. De qualquer modo, um homem tão embriagado, como estava Lucien Le Normand, à uma e meia da manhã, nunca o poderia ter feito. 

                                                                              
 Jarturice-118 (Divulgada em 29.Abril.2015)







APRESENTAÇÃO E DUVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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