segunda-feira, 4 de maio de 2015

JARTURICE 123


 
                                PROBLEMAS POLICIAIS – 126 - # 123

(Diário Popular # 4988 – 25.08.1956)
                                                                   

O magnífico iate no qual os convidados do barão Werner se tinham reunido para um cruzeiro no Mediterrâneo, lutava em vão contra uma violenta tempestade, que há dias tinha transformado o grande mar azul num constante e medonho torvelinho de altas ondas. O inspector Fauvel, que estava a bordo, tinha tentado, por várias vezes, ler um livro, mas as violentas pancadas das vagas no costado do barco e o balanceamento do iate não o deixavam concentrar na leitura.

                 Resolveu então ir à ponte de comando, a fim de conversar um pouco com o capitão. Quando ele seguia no corredor que conduzia à ponte, ouviu, por entre os rumores da tempestade, um estampido seco que não tinha nada que ver nem com o barulho do mar, nem com o ruído do vento.

                 O inspector parou, voltou para trás e entrou no pequeno salão para o qual davam várias cabinas de passageiros. Foi então deparar com um criado debruçado sobre o corpo de um homem que acabava de morrer.

                 Ao mesmo tempo, um novo solavanco fez oscilar o navio e atirou o inspector de encontro à porta que ele acabara de fechar. Fauvel levantou-se, conseguiu penosamente encontrar o equilíbrio e aproximar-se do morto.

                 O cadáver apresentava um buraco na cabeça. A queimadura em volta da ferida indicava bem que o tiro fora disparado de muito perto.

                 Sem esperar que a tempestade acalmasse, o inspector pediu ao barão Werner que o ajudasse no inquérito que ia fazer. Começou por interrogar as pessoas que se encontravam mais próximas do salão onde o corpo fora encontrado.

                 O criado, que chegara ao local em primeiro lugar, declarou não ter encontrado ali qualquer pessoa.

                 Georges Mureaux, o célebre banqueiro foi depois interrogado. Ele encontrava-se muito perto do sítio onde o homem morrera e tinha sido um dos primeiros a acorrer, depois do inspector.

                 - Estava na minha cabina a escrever uma carta… -começou ele por dizer.

                 - Posso vê-la? – perguntou Fauvel.

                 Georges Mureaux foi ao seu camarote e voltou pouco depois com a missiva. O inspector pôde ler uma carta, aparentemente dirigida à mulher do banqueiro, escrita numa letra muito firme e muito certa e que ainda não estava terminada.

                 Foi depois a vez de Marjorie Daine, a jovem e cativante «estrêla» de cinema, que não pôde esconder a verdade ao inspector: Apavorada com a tempestade, ela tinha fugido para o camarote de seu noivo que era também um dos convidados. Tratava-se de Jean Louis Bravard, o filho do importante industrial, cuja cabina se encontrava justamente em frente da de Marjorie.

                 - Jean Louis, interrogado por seu turno, confirmou o que dissera sua noiva. Mas confessou que, se não saíra mais rapidamente para o corredor, tinha sido sòmente para não comprometer Marjorie.

     O inspector notara, entretanto, que no casaco de Jen Louis Bravard havia uma mancha de sangue.

- Feri-me esta manhã ao abrir uma lata de conserva… - respondeu o rapaz, embaraçado.

Fauvel achou que já não era preciso interrogar mais ninguém.

- Já investiguei o que queria… - disse ele ao barão Werner.


De quem teria ele suspeitado? E porquê?


      (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


   *     *     *     *     *








Solução do problema # 122

(Diário Popular # 4981 – 18.08.1956)


Fauvel revistou o quarto muito bem, encontrou uma ampola com estupefaciente, cheia, mas não viu qualquer seringa, nem a ampola usada. Ora a morte fora provocada por uma injecção...

                                                                                   
 Jarturice-123 (Divulgada em 04.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R

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