terça-feira, 16 de junho de 2015

JARTURICE 166

    
                  PROBLEMAS POLICIAIS – 169 - # 166
   (Diário Popular # 5310 – 20.07.1957)
                                                                                          
Depois de ter inspeccionado o local, perfeitamente em ordem se não fosse o cadáver que jazia num charco de sangue, de fronte da janela, o inspector Fauvel voltou-se para Robert Denvers e pediu-lhe que descrevesse, uma vez mais, como se tinham passado as coisas.
Denvers, que parecia ter envelhecido dez anos, declarou:
- Pelo menos três vezes, na noite passada, minha mulher foi acordada por ruídos em casa e pediu-me que fosse ver o que se passava. Levantei-me, por três vezes, mas nada descobri de anormal. Era talvez uma hora da madrugada quando me deitei pela terceira vez. Pouco depois, já estava a pegar no sono quando ouvi um ligeiro ruído. Logo que os meus olhos se habituaram a obscuridade, vi, na sombra, uma silhueta diante da janela. Minha mulher tinha razão, portanto. Alguém estava no nosso quarto. Quase sem reflectir, silenciosamente, lancei mão do revólver de que me munira ao proceder às anteriores inspecções e guardara por prevenção, debaixo do travesseiro, e disparei, por três vezes. Não necessitava de fazer pontaria, pois a janela estava defronte de mim.

Sem um grito, a sombra caiu.
Saltei da cama e acendi a luz. Fiquei então horrorizado. Minha mulher jazia no chão, exactamente onde se encontra agora. Fora ela que se levantara. E eu confundi-a com um assaltante. Não a tinha ouvido, pois como vê, dormíamos em camas separadas… Chamei o dr. Richard, a toda a pressa. Mas já era tarde.
O médico legista ainda se encontrava no local.
- Então, doutor?
- Uma bala atingiu o ombro, de raspão. Outra penetrou nas costas e saiu pelo peito, depois de ter atravessado o coração. A morte foi instantânea.
- E depois? – perguntou o inspector a Denvers.
- Depois… Que hei-de acrescentar? Fiquei aqui à sua espera.
- Nem o senhor nem o médico tocaram fosse no quer fosse?
- Ninguém tocou em nada.
- Pois fez mal… Está aqui um calor tremendo. – disse Fauvel, dirigindo-se para a janela, que abriu.
Aspirou o ar fresco e, em seguida, voltando-se para Robert Denvers, disse, com voz dura:
- Cometeu um erro. Isso é que o incrimina. E de tal modo que será difícil encontrar atenuantes…

O que levou Fauvel a esta afirmação?
       
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 165
(Diário Popular # 5303 – 13.07.1957)

O revólver não apresentava impressões digitais. Claudine não podia ter disparado contra si própria e limpado, de seguida, as impressões digitais. Alguém devia tê-las apagado – possivelmente alguém que disparara contra Claudine. 


Jarturice-166 (Divulgada em 16.Junho.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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