(Diário Popular #
5831 – 03.01.1959)
«Foi aqui que
eles me atiraram» - declarou Lou Mallorini, enquanto a vedeta da fiscalização
costeira tocava em terra.
- Enquanto nos
aproximávamos tive tempo de ver o local: reparei nesta árvore enorme e neste
velho cais de desembarque; vi também a casa antes de cair o nevoeiro. O homem
do leme seguia uma linha recta e por isso, quando me atiraram à água, não tive
dificuldade em atingir a casa, a despeito do denso nevoeiro».
O inspector
Fauvel observava a paisagem e meditava nesta história. Lou Mallorini declarara
que no dia anterior tinha retirado doze milhões do banco, após o que fora
abordado por dois homens armados, saídos de um carro e que tinham o rosto
oculto com lenços. Depois de se terem apoderado da sua pasta, os raptores
haviam-no obrigado a subir para o carro e, após viajarem durante toda a noite,
passaram-no para um rápido barco a motor que seguia para o largo. Finalmente,
tinham-no largado naquele recanto, isolado da costa, entre Deauville e o Havre.
Chegado a terra,
o inspector Fauvel comparou os sinais deixados na areia – e que conduziam em linha
recta a uma vivenda a cerca de trezentos metros do mar – com os sapatos que Lou
Mallorini afirmava ter usado na véspera. Os sinais condiziam perfeitamente… O
inspector ia falar, mas achou preferível calar-se.
O pequeno grupo
atingira a vivenda. O porteiro confirmou, ponto por ponto, as declarações de
Lou Mallorini. O desconhecido que batera à porta, estava vestido como Lou
Mallorini e apresentava-se molhado até à cintura. A hora indicada por ele era
também confirmada.
O inspector
parecia impaciente e disse:
- Já perdemos
muito tempo. Você tem estado a brincar connosco, Mallorini. Dirá ao juiz de
instrução o que sucedeu aos doze milhões…
Por
que motivo é que Fauvel falava assim?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste
caso)
* * *
* *
Solução do problema
# 227
(Diário
Popular # 5825 – 27.12.1958)
O inspector limitara-se a entregar ao rapazito um sobrescrito
vermelho, que o porteiro depositou no cacifo destinado ao correio dirigido a
Roger de La Guêpière ,
como é hábito fazer em todos os hotéis. O sobrescrito tinha uma cor berrante e,
ao passar diante das instalações do porteiro, o inspector não teve dificuldade
em ver qual era o quarto ocupado pelo escritor.
Jarturice-228 (Divulgada
em 17.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@eiou.pt
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