quarta-feira, 23 de setembro de 2015

JARTURICE 265

         PROBLEMAS POLICIAIS – 268 - # 265
                     (Diário Popular # 6107 – 10.10.1959)

      
   «Vejamos Clément» - disse o inspector Fauvel. - «A comparação entre a argila vermelha dos arredores de Savary e aquela que encontrámos nos vossos pneus demonstra que se trata da mesma terra. Mas Louis Vatier afirma que o viu às 10 e 30 da manhã, para os lados de Badray, onde os caminhos dos campos estão cheios de lama negra. Ora, foi para os lados de Braday que Pierre Legal foi abatido, e precisamente pelas 10 e 30 da manhã».
         «Louis é um mentiroso», - contestou Clément. «Ele poderia ter-me visto perto de Braday, entre as 9 horas e as 9 e meia, pois encontrava-me aí, efectivamente. Mas às 10 e 30 eu estava em Savary, isto é: a 40 quilómetros de distância, e isso está provado».
         «Tu não dirás, ao menos, que não desejavas a morte de Pierre» - gritou Louis Vatier, que seguia esta conversa. E acrescentou: «De qualquer forma, eu vi-te ontem, perto de Braday, cerca das 10 e 30».
         «Serviu-se deste carro depois disso? – perguntou o inspector a Clément, inclinando-se sobre o motor.
         «Não, e o senhor pode vê-lo bem».
         «Sim, eu vejo. Complicações no carburador?»
         «Sim. Estava a limpá-lo quando o senhor chegou».
         «Você afirma reconhecer, sem se enganar, este carro?» - perguntou o inspector a Louis.
         «Não há erro possível» - foi a resposta. «É um modelo pouco vulgar, para que eu me possa enganar».
         «Como é que ninguém deu por si perto de Savary?» - perguntou o inspector a Clément.
         «Porque eu cheguei à casinha de campo que ali possuo, por um caminho pouco frequentado. De resto, sabe que a minha propriedade é bastante isolada»…
         O inspector Fauvel parecia estar nesse momento profundamente interessado pelo estado do carburador.


 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 264
(Diário Popular # 6101 – 03.10.1959)

O revólver que matara Claudine não tinha nenhuma impressão digital nem qualquer outro sinal. Como ela, logicamente, não teria podido dar um tiro na cabeça e limpar, em seguida, as impressões que, forçosamente, as suas mãos teriam deixado na arma, era forçoso pensar que alguém limpara o revólver. E esse alguém também o devia ter disparado.


 Jarturice-265 (Divulgada em 23.Setembro.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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