sábado, 26 de setembro de 2015

JARTURICE 268

Estimados Amigos:
Desejo-vos um bom fim de semana. Cá por mim, fico-me a passar os problemas de "O Benfica", do «TORNEIO 1959», mas amanhã, depois de vos meter na caixa a Jarturice -269, apanho o transporte para VENEZA... (de Portugal), visito a feira de antiguidades (eu já faço parte), sento-me uns minutos a apreciar as "gôndolas" moliceiras e as turistas estrangeiras, e depois devoro o tradicional almoço n' "O Garfo", com a companhia do "construtor naval mais artista de Portugal". Não me canso de apreciar o "Titanic", "D. Fernando e Glória", "Sagres", "Crioula", "Caravelas", "Naus", "Galeões" e imensas vitrinas, mesas e prateleiras carregadas das mais diversas embarcações, automóveis, comboios, motos e aviões. E, entretanto Saul, o anfitrião, vai servindo "moscatel" prá ocasião. 
Quem gostar que apareça...
Abraços do Jartur
                     PROBLEMAS POLICIAIS – 271 - # 268
           (Diário Popular # 6128 – 31.10.1959)
       
      
   «Pois ele manteve a sua promessa!» - exclamou o comissário Giriet, enquanto, na presença do inspector Fauvel, pegou na espingarda/caçadeira que repousava nos joelhos do morto, caído num sofá e cuja cabeça estava desfeita.
         - A sua promessa? - Perguntou o inspector.
         - Sim. Há dois anos, pouco antes do seu acidente, Henry Lecointre havia casado com uma jovem que tinha menos vinte anos do que ele. Depois do acidente que o deixou paralítico, Henry, que eu conhecia muito bem, mudara completamente. Falava frequentemente na sua morte. Há cerca de um ano pedira-me que, na qualidade seu amigo, fosse testemunha da redacção do seu testamento. Isso surpreendera-me, porque em dois anos ele já redigira dois testamentos que depois anulara. Queixava-se amargamente do comportamento do filho de sua mulher. Por outro lado, não podia aceitar a ideia de ser um doente para o resto dos seus dias... Esse suicídio podia prever-se.
         Examinando o horrível ferimento, o inspector Fauvel observou que a descarga penetrara sob o maxilar inferior, rasgara o rosto e rebentara a caixa craniana. A morte devia ter sido fulminante.
         Apanhando um lenço que estava caído no chão, perto do sofá, o inspector Fauvel perguntou ao comissário.
         - A mulher de Henry e seu filho, sabiam algo a respeito desse novo testamento?
         - Henry dissera-me que eles ignoravam tudo.
         - Ah! – limitou-se a dizer Fauvel.
         Jacques Lepéroux explicou depois como descobrira o seu padrasto.
         - Minha mãe e eu tínhamos ido ao cinema e foi no regresso que conta do drama. Não tocámos em nada e chamámos imediatamente a Polícia.
         O comissário disse então, depois de um momento de silêncio:
         -Vê-se muito bem como as coisas se passaram. Henry deve ter tido muito trabalho para aproximar o sofá, onde habitualmente estava, desta mesa. Depois, colocou a espingarda contra a parede, bem apoiada. Inclinou-se e apoiou no gatilho…
         Era verosímil, porque Henry Lecointre tinha os braços compridos. Na mesa, uma pequena lâmpada estava ainda acesa…
         Porém, com uma voz grave, o inspector disse ao comissário:
         - Tenho muita pena, mas o seu amigo não se suicidou…

         Por que é que Fauvel falava assim?  

 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *







Solução do problema # 267
(Diário Popular # 6121 – 24.10.1959)

Jean-Paul Ravin declarara que Christiane estava morta havia, pelo menos, duas horas quando ele a descobrira. Como tivera de gastar perto de uma hora para se dirigir com o cadáver para as margens do lago, situado a uns quarenta quilómetros da vivenda, chegara ali pelo menos três horas depois da morte de Christiane. Ora a verdade é que esta não estava morta havia tanto tempo quando o seu corpo fora depositado na margem do lago, porque o corpo tinha derretido o gelo sob ele. E isso não teria sucedido se o corpo estivesse privado de vida havia já três horas.

Jarturice-268 (Divulgada em 26.Setembro.2015)


APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

                                                                                 

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