domingo, 13 de novembro de 2016

POLICIÁRIO 1319



O VELÓRIO DO ZECA NA DESPEDIDA DA COMPETIÇÃO DESTE ANO

Chegamos ao problema final das nossas competições desta época! Depois de muitos meses árduos para os nossos “detectives”, é altura de um último esforço, em busca da melhor classificação possível.
Na semana passada tivemos um problema do Mestre Manuel Constantino, com o inevitável Avô Palaló, um homem sábio e observador, que no ambiente rural da lezíria ribatejana consegue decifrar casos policiais que podiam ser absolutamente reais, como devem ser todos.
Esta semana temos o derradeiro desafio que o confrade Zecadiabo nos deixa com uma certa nota de humor, para descomprimir de todo um ano de tensão competitiva.
Sabedores, por experiência de quase duas décadas e meia de Policiário no PÚBLICO, que em todos os anos a competição é renhida e decidida em pequeníssimos detalhes, queremos deixar pela derradeira vez este ano, o apelo para que todos tenham a máxima atenção na leitura e interpretação dos textos, deste e do da semana transacta, do confrade M. Constantino.
Por falta de espaço, não publicámos no domingo transacto as habituais indicações sobre prazos e endereços para envio das propostas de solução, que são exactamente as mesmas do desafio de hoje.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2016
PROVA N.º 10 – PARTE II
“ERA TÃO BOM RAPAZ…” - ORIGINAL DE ZECADIABO

Nos velórios, há sempre tempo para ressaltar as boas atitudes de quem parte deste mundo. Mesmo que o desaparecido tenha sido a pior peste, só tivesse defeitos, naquele momento transforma-se num santo.
Naquele dia, foi o Zeca que viu terminada a sua viagem neste mundo e no velório iam-se juntando as pessoas da vila, a poucos quilómetros de Castelo Branco. Pouco a pouco, a reunião aumentava e todos começaram a contar cenas passadas com o Zeca, muitas delas ficcionadas, certamente, porque ele não era assim tão virtuoso como o pintavam.
Com o aproximar da noite e da hora das novelas, o salão foi-se esvaziando, permanecendo apenas quatro amigos, talvez os que mais privavam com o Zeca. A conversa foi deslizando e quando deram consigo, já estavam a contar histórias em que entraram, com o defunto.
O primeiro a falar foi o Tony:
- O gajo era um bocado maluco e tinha a mania que tudo rodava à sua volta. Um dia combinámos um encontro bem importante com um tipo alemão que vinha com ideias de arranjar parceiros em negócios. Era o que queríamos e por isso marcámos um encontro para as 17 horas. Pois o Zeca só apareceu perto das 18, nas calmas e quando lhe disse que o alemão tinha ido embora porque não aceitava atrasos, ainda se riu com o esquecimento em acertar o relógio por causa da mudança da hora! Ficámos de mãos a abanar, sem negócio…
O Melo pegou na deixa…
- Lembro-me de ouvir isso e olha, três meses depois, o Zeca lixou-me bem. Eu ia para uma reunião importante no meu emprego, o patrão ia distinguir os melhores e eu estava com o meu melhor fato, todo aperaltado e engraxado, quando ele soltou o estabanado do cão, que ele sabia que vinha logo atirar-se a mim, todo porco por andar a patinhar na neve. O bicho sujou-me as calças todas e tive de ir a correr a casa mudar-me para não aparecer imundo na cerimónia. Um raio de uma brincadeira mais estúpida e o Zeca ainda me perguntou se ia a um casamento!
O China contou:
- A mim, trocou-me a chave de casa quando estávamos no café e depois acompanhou-me até á porta, para apreciar o espectáculo. Eu a tentar abrir a porta, a tirar e a meter a chave, sem conseguir e ele a apreciar, a dar palpites: “vira os dentes para cima… não são os teus, são os da chave!”. E ria-se. Só quando eu decidi chamar os bombeiros e a polícia para abrirem a porta é que ele me deu a chave certa, mas sempre a gozar: “Experimenta esta e se precisares de mais, também se arranjam…”.
Finalmente foi o Joca a recordar um episódio:
- Pois ele tramou-me quando eu terminei o namoro com a Marília e andava muito em baixo. Convidou-me para jantar e levou-me ao restaurante do tretas, que como sabem, é caro para burro. Comemos e bebemos à farta e de repente ele levantou-se para ir à casa de banho e não voltava. Fiquei em pânico, sem saber o que fazer. Fui esperando, mas o Zeca não dava sinal. Depois de muito esperar, tive de chamar o empregado para lhe dizer o que acontecera e que não tinha dinheiro para pagar, mas afinal ele tinha deixado tudo pago! Sacana de um raio, fez-me sofrer a bom sofrer e depois ainda me disse que o fizera para eu sentir o que era estar enrascado e esquecer a Marília! Francamente…
Fez-se um silêncio prolongado. Cada um deles estava a recordar os episódios de uma amizade que durava há muito, ainda que com algumas situações menos ortodoxas, como era bom de ver…
Até que um dos amigos elevou a voz e confessou:
- Desculpem, mas eu contei uma história falsa. Não consegui resistir…
O autor desta confissão foi…
A-    TONY
B-    MELO
C-    CHINA
D-    JOCA

E pronto.
Resta aos nossos “detectives” escolher a hipótese que refere o nome do amigo que mentiu na sua história e enviar, impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Novembro, podendo usar um dos seguintes meios:
 - Pelo Correio para: Luís Pessoa, Estrada Militar, n.º 23, 2125-109 MARINHAIS (agradece-se que não sejam enviados sob registo, pela dificuldade em resgatá-los no distante posto de correio, quando não é possível estar em casa);
- Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!








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