domingo, 4 de junho de 2017

POLICIÁRIO 1348

CAMPEONATO CHEGA A MEIO
COM O INSPECTOR ARANHA!

A nossa competição tem mais uma etapa neste mês de Junho, desta feita de autoria do confrade Inspector Aranha, um dos mais carismáticos e valorosos do nosso “pelotão”, que aqui aparece em substituição do confrade Quaresma, Decifrador, que não respondeu à chamada que fizemos e não foi possível contactar.
Na altura dos convites, chamámos os confrades que habitualmente produzem e já haviam obtido bons resultados na modalidade de produção neste nosso espaço, daí terem ficado de fora alguns bons produtores, menos regulares nas suas aparições.
Ao falhar o confrade convidado, no lugar por ele deixado, temos o prazer de poder contar com desafios de um dos mais veteranos e premiados policiaristas nacionais, campeão em imensas ocasiões e seccionista de enorme qualidade, mas pouco dado à tarefa de produção de desafios. Também por isso, podemos com alguma razão dizer que conseguimos “meter uma lança em áfrica”, trazendo à imensa maioria dos nossos “detectives” um produtor pouco visto nas nossas páginas.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2017
PROVA N.º 5 – PARTE I
“A MORTE DO AGIOTA” – ORIGINAL DE INSPECTOR ARANHA


1º tempo:
Vou matar o “velho”. Estou farto desta situação de dificuldades económicas, de condicionalismos a que ele me submete, enquanto assisto, no dia-a-dia, ao aumento da sua fortuna através de juros altíssimos que “suga” nos seus empréstimos. Agiota e avarento, são expressões correctas para o definir. Por um lado, ajuda a resolver situações difíceis a muita gente que, neste período de acentuada crise, a ele recorrem cheios de problemas, mas, por outro, pelas duras condições que em contrapartida impõe, muita infelicidade tem também provocado a quem, depois, não as pode cumprir. E, nestes casos, não revela um mínimo de sensibilidade – é implacável, mandando penhorar bens, ordenados, promovendo ameaças, potenciando ainda mais a desgraça dessas pessoas…  
Nem para comigo, seu sobrinho e único herdeiro, ele consegue revelar alguma liberalidade. A mensalidade que me concede é ridícula perante as suas possibilidades (e as minhas necessidades) assim me impondo, também, as dificuldades que eu não gostaria de sentir nesta idade… não conseguindo compreender que só temos uma juventude para viver…
Mas chega, a partir de hoje não continuará a poder espalhar mais infelicidade.
Acabei de “teclar” no meu velho computador (de que me vou imediatamente desfazer), e imprimir, a carta que irá ser encontrada na secretária, junta ao seu corpo, direccionando assim as suspeitas da sua morte não natural para um acto de suicídio, por temor da (mais uma) ameaça à sua existência, por alguém do seu vasto universo de clientes que a ele têm recorrido.
Planeei tudo. Eliminá-lo-ei e sairei de imediato para um evento público, afim da minha presença ser ali registada quando o corpo for descoberto e o alarme dado – quase certo que pela empregada doméstica que, diariamente, às 10 horas entra ao serviço, pois, sendo embora apenas eu e ele a viver naquela casa, meu tio exigia que sempre tudo nela estivesse impecável. Por isso me inscrevi na prova de 10 km, que integra a 26ª Meia-Maratona de Lisboa, cuja classificação, registando o meu nome (e com que sacrifício o irei conseguir, meu Deus!…) me conferirá o necessário álibi. Depois, é aguardar os acontecimentos, certo de que, mesmo que a morte não venha a ser reconhecida como devida a suicídio, também dela não será descoberto um culpado – para mais existindo tantos potenciais suspeitos… E assim estará dado o decisivo passo para uma outra vida mais livre e feliz…

2º tempo:
Dado o alarme, como previsto, a Polícia deparou com o corpo sentado à secretária, caído de bruços sobre esta, manchada de sangue sob a cabeça, proveniente de um furo regular que o parietal direito exibia. O braço do mesmo lado pendia na perpendicular, segurando na mão a sua pistola “Browning”. Vasculhado o escritório, nada mais nele se apresentava como passível de ser classificado de anormal, salvo a existência de uma folha de papel de formado A-4, maculada apenas com o seguinte:


      19-03-2016

      Miserável agiota
      Recusando as moratórias de pagamento que solicitei, e ameaçando-me com uns “gorilas” para me “fazer lembrar os compromissos”, perturbaste significativamente a minha tão já difícil existência, e ditaste o destino da tua… Também o fizeste com outros, mas, perdido como estou, não vou dar-te oportunidade a que continues a desgraçar a vida de mais ninguém… Adeus, sê feliz com o teu dinheiro… no outro mundo…

3º tempo:
Pensava bem ter planeado e executado a eliminação do “velho”. Todavia, não tardou que a Polícia pusesse em causa o meu álibi, e me detivesse como suspeito do assassínio de meu tio.

4º tempo:
É o vosso, amigos leitores. O tempo de analisarem com cuidado a história descrita, extraírem as vossas conclusões, descrevendo nomeadamente as causas que terão fundamentado as suspeitas da Polícia e remeterem os relatórios…

E pronto!
Tal como o autor define, este é o tempo dos nossos “detectives” se debruçarem sobre o problema e procurarem a solução correcta, enviando-a impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Junho, podendo usar um dos seguintes meios:
Por Correio para: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Boas deduções!



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